segunda-feira, 28 de março de 2011

PJ Harvey - Let England Shake [Review]

Na década de 1990, a inglesa PJ Harvey transformou-se num dos maiores ícones do rock alternativo e do pós-punk. Em 1992 participou do disco Too Pure - The Peel Sessions, com a aclamada Stereolab. Ainda neste ano, sua estréia em carreira solo, Dry, e o sucessor Rid Of Me, de 1993, arrancaram elogios da crítica com canções ácidas e viscerais, tais como Ectasy, Oh My Lover e Sheela-Na-Gig, uma escultura de uma mulher com a mão em sua vagina.

Let England Shake, o novo álbum da cantora, foi envolto em grandes expectativas após uma resenha no respeitado semanário inglês New Musical Express dar a nota máxima ao CD, fato que acontece raras vezes.

O disco é conceitual, fala sobre todas as guerras da história do país-natal de PJ Harvey. Além disso, ela introduz um novo instrumento: auto-harpa (ver imagem abaixo), que aprendeu a tocar recentemente, e segundo a mesma, é como ''ter uma orquestra na ponta de seus dedos'', e ainda disse que teve que encontrar, aos poucos, um tom mais leve para a sua voz para ser compatível com o instrumento. De fato essa mudança é percebida logo na primeira audição; o som é claramente mais soave e maquiado em relação aos trabalhos anteriores de PJ, beirando um folk minimalista.

A vocalização é a parte mais consistente do disco. PJ Harvey vai de canções simples e com batidas infantis (Let England Shake e Hanging In The Wire) até performances fortes e dramáticas (England, On Battleship Hill e In The Dark Places), ainda há espaço para The Words That Maketh Murder e The Glorious Land, que apesar de seu som mais dançante, trazem letras carregadas de críticas e ironia.

Está longe de ser um disco cinco estrelas e também está longe de ser o melhor de Polly Jean. A temática do álbum parece limitar a criatividade da inglesa, tornando assim, as faixas muito semelhantes entre si. Um bom disco de um dos maiores e mais relevantes nomes da música atual.


Nota: 8,0


Tracklist:


01. Let England Shake (03:09)
02. The Last Living Rose (02:20)
03. The Glorious Land (03:34)
04. The Words That Maketh Murder (03:45)
05. All and Everyone (05:39)
06. On Battleship Hill (04:07)
07. England (03:09)
08. In The Dark Places (02:58)
09. Bitter Branches (02:29)
10. Hanging in the Wire (02:42)
11. Written on the Forehead (03:40)
12. The Colour of the Earth (02:32)

sábado, 26 de março de 2011

Joe Bonamassa - Dust Bowl [Review]


Joe Bonamassa já era bem conhecido do público do blues desde seus 8 anos, mas foi com Black Country, lançado ano passado, que seus horizontes realmente se ampliaram: agora o músico atrai também olhares mais atentos dos rockers.

Dust Bowl é seu 12º álbum de estúdio e veio para surpreender e agradar ambos os ouvintes. O som mantém a base na década de 70 - sonoridade bem explorada em seus discos anteriores e no BCC - no entanto, a performance de Joe é tão arrebatadora que esse pode ser considerado um de seus melhores registros.

Os arranjos estão cada vez melhores, é o que se pode perceber em Black Lung Heartache, por exemplo. A faixa passeia pelo folk, pelo blues e pelo hard com um riff desconcertante. No Love On The Street também se destaca, mais moderna, com belas linhas vocais e um solo intenso.

Os fãs mais apegados ao lado blues tradicional do artista poderão se deliciar com Tennesee Plates (part. de John Hiatt), The Meaning Of The Blues, You Better Watch Yourself e Sweet Rowena (part. de Vince Gill).

Em Heartbreaker Glenn Hughes aparece e canta junto com Bonamassa, um dos melhores trechos da faixa é o final, quando ambos alternam os vocais sobre um solo brilhante.

Lançando novamente uma obra-prima do Blues Rock, com vocais, solos e riffs nada menos do que sensacionais, Joe Bonamassa nos deixa mais uma vez esperando ansiosamente pela sua atuação com seus parceiros do Black Country Communion, lançamento previsto para Junho desse ano.

Nota: 9




Tracklist:

1. Slow Train
2. Dust Bowl
3. Tennessee Plates (feat. John Hiatt)
4. The Meaning Of The Blues
5. Black Lung Heartache
6. You Better Watch Yourself
7. The Last Matador Of Bayonne
8. Heartbreaker (feat. Glenn Hughes)
9. No Love On The Street
10. The Whale That Swallowed Jonah
11. Sweet Rowena (feat. Vince Gill)
12. Prisoner

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terça-feira, 22 de março de 2011

A nova MTV

Quando fundada, em 1981, a MTV revolucionou o mercado da música. Um bom som não bastava para cativar o público: era necessário um vídeo clipe, como diria um de seus slogans, ''Music To Your Eyes'' . A emissora tornou-se um verdadeiro ponto de divulgação para as bandas que iniciavam a sua carreira profissional, e um centro de entrenimento, diversão e informação musical para os jovens, em tempos que o MP3, o download e a internet eram artigos de filme de ficção científica.

Mas nesses últimos anos, a emissora sofreu algumas mudanças em sua grade de programação, com tempo destinado a música diminuindo cada vez mais e sendo substituídos por reality shows americanos e programas de comédia, além da queda de qualidade dos VJ´s, que anteriormente eram experts em música, agora só precisavam ter rostinhos bonitos e ser descolados. O mesmo canal que alavancou a carreira de grupos como Chico Science & Nação Zumbi e Raimundos, deu o prêmio de revelação a bandas do naipe de Nx Zero e Restart; e consequentemente, teve uma drástica queda de credibilidade e audiência.

Mas 2011 parece ser o ano da mudança. Para começar, Zico Goés, que foi responsável pela programação por dez anos re-assume seu posto. Vários apresentadores foram cortados da equipe. Entre eles, os veteranos Marina Person, Penélope Nova e Léo Madeira. Tudo isso porque a emissora quer abrir seus horizontes e alcançar um público mais adulto e voltar a ser a Music Television. Assim, assumiram o papel de VJ o músico Chuck Hipólito (ex-Forgotten Boys), China (figura carimbada na música independete nacional,colaborador do Mombojó, integrante do Del Rey e com carreira solo), e a editora do blog Rraurl Gaía Passareli. Renomado Arnaldo Antunes (ex-Titãs, carreira solo), que vai comandar um programa chamado Grêmio Recreativo, que vai reunir vários músicos do Brasil para fazer um show mensal. Conheça os principais destaques dessa ''nova'' MTV:

O Big Audio vai ao ar de segunda a sexta, e abrange apenas a música internacional, tocando as novidades de grandes nomes da cena atual. Toda a segunda, é feito um desafio; uma pergunta sobre música, e o primeiro que acertar recebe um disco de vinil, nesse caso, o clássico Are You Experienced?, do power trio Jimi Hendrix Experience. Além disso, toda a semana o apresentador Chuck Hipólito prepara uma mixtape temática, que pode ser ouvida na rádio web MTVr. Na primeira semana, o tema, em homenagem a estréia do programa, foi faixas de abertura de discos de estréia.
No primeiro dia, Chuck entrevistou a banda de heavy metal Anvil, que fez show em São Paulo, e agora, o VJ disse em seu twitter: ''Acho vou entrevistar o Iron Maiden essa semana para o Big Audio.''

O pernambucano China está à frente do Na Brasa, que é dedicado a divulgação da cena brasileira dos mais variados estilos. O programa tem um quadro chamado disco da semana (qualquer semelhança é mera coincidência), que serve como música de fundo durante a semana, com informações, curiosidades e comentários sobre o álbum, que pode ser um clássico - essa semana, por exemplo, é o lendário Tábua de Esmeraldas, de Jorge Ben - ou um disco pouco conhecido da maioria. A diversidade de estilos é um dos fatores mais interessantes, rodando clipes de Emicida a Paralamas do Sucesso com Zé Ramalho. É o único dos novos programas que é transmitido em horário nobre: de segunda a quinta as 20:30

O Goo MTV (nome retirado do famoso disco homônimo do Sonic Youth) tem a intenção de mostra e informar as maiores tendências do mundo da música atual; sons que ainda vão ser conhecidos, com um grande foco em selos independentes. O Goo tem um blog no próprio site da emissora, onde é possível ver a lista dos clipes que tocaram no último programa. Apesar disso, a postura da apresentadora Gaía é cansativa, apenas lendo um texto e sem se impor de forma natural. É exibido todos os sábados as 23 horas.

Os 3 VJ´s se encontram todo domingo, as 23:30, no Extrato MTV, uma debate sobre algum assunto relacionado a música. Na estréia, o tema foi Radiohead e seu novo disco, King Of Limbs. É justamente nesse programa que fica claro o conhecimento dos apresentadores sobre o assunto, com opiniões apresentadas de forma espontânea e direta.

As mudanças se estendem também para a premiação anual do canal, o Video Music Awards. Zico Góes diz que o modo de votação pela internet não é democrático, ocorre uma distorção, já que os fãs de happy rock são mais participativo, e ainda adianta que ''é possível retornar ao modelo de júri, como é feito no Oscar''

Com essa nova programação, a MTV mostra que quer limpar o seu nome e voltar a trazer música com conteúdo para o povo. Os programas mais jovens e radiofônicos não sumiram, e também não há esse interesse, mas diversificar os estilos já é uma prova de qualidade. Já estava mais do que na hora de voltar a ser relevante.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Top 3: Chick Corea Elektric Band


Como o nome já sugere, o Chick Corea Elektric Band é um grupo de Jazz Fusion encabeçado pelo pianista Chick Corea e foi fundado em 1986. Além de Chick Corea, a formação mais conhecida ainda conta com: Frank Gambale (guitarras), John Patitucci (baixo), Dave Weckl (bateria) e Eric Marienthal (sax). São ao todo seis álbuns de estúdio lançados, fora "Paint The World" (1995) que foi lançado sob o nome Chick Corea Elektric Band II.
Sem mais delongas vamos ao que realmente interessa. Abaixo três álbuns do grupo, em ordem cronológica, que servem como ótimo ponto de início para os interessados em conhecer o trabalho da banda.

Eye Of The Beholder (1988)

O terceiro álbum do Chick Corea Elektric Band, "Eye of the Beholder", acrescenta algumas características mais soft ao som da banda. Corea faz o uso de piano acústico e de sintetizadores ao fundo. Frank Gambale utiliza o violão em algumas faixas, dando um direcionamento flamenco em músicas como Eternal Child, por exemplo. O disco recebeu críticas bastante positivas da mídia especializada na época de seu lançamento.

Inside Out (1990)

Este foi um dos álbuns mais complexos lançados pelo grupo, com várias melodias fora do convencional e dando bastante espaço para a improvisação. Algumas faixas podem ser classificadas como Post-Bop ao invés de Fusion. Chick Corea ainda usa o piano acústico em boa parte das músicas, porém Frank Gambale faz o uso de guitarras elétricas do começo ao fim.

Live At Montreux 2004 (2005)

O primeiro DVD do Chick Corea Elektric Band foi gravado em 2004 durante o famoso festival de Montreux. O show fazia parte da turnê do álbum mais recente do grupo, "To The Stars" (2004), e por isso o setlist é divido em duas partes; a primeira contendo composições do novo álbum e a segunda com composições clássicas. Em mais de duas horas e meia de registros, "Live At Montreux 2004" se torna uma das melhores amostras de toda a força do Elektric Band ao vivo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Caetano Veloso - MTV ao Vivo Zii e Zie [Review]

Depois de sair em turnê pelo país com Maria Gadú, Caetano Veloso lança MTV ao Vivo Zii e Zie, gravado na cidade do Rio de Janeiro e está disponível em três versões: CD, DVD simples e duplo, que traz, além do show, um documentário e o DVD extra obra em progresso, com oito músicas.

Acompanhado pela banda Cê, que também o acompanhou na gravação de Zii e Zie, em 2009, Caetano interpreta clássicos, como Maria Bethânia, Eu Sou Neguinha?, e Trem Das Cores, em meio a músicas de seu último disco de estúdio.

As músicas mais lentas (Aquele Frevo Axé, Volver, Não Identificado e Trem das Cores) parecem ser as mais esperadas pelo público, que costuma cantar todos os seus versos. Mas são nas mais ritmadas, como Eu Sou Neguinha?, Base de Guantánamo, Água e o agitado e distorcido medley que abre o show A Voz do Morto - Cole na Corda - Viola - Kudura que fica evidente a qualidade da banda de apoio e o entrosamento dos músicos.

Entre as faixas mais recentes, destacam-se Sem Cais, Perdeu, o samba acelerado de A Cor Amarela e Lapa, uma ode ao bairro de mesmo nome. Apesar do audiencia ainda não conhecer bem essas canções, elas são aprovadas com aplausos crescentes e entusiasmados no final de cada uma.

O ponto negativo é a falta de interação de Caetano Veloso com a platéia; em momento algum é ouvida a tradicional conversa do músico com a platéia. Entretanto, o diálogo pode ter sido cortado para que as músicas coubessem no CD, já que outras seis músicas também ficaram de foram do formato em áudio, incluídas apenas no DVD.

O que mais chama atenção nesse novo álbum é a sua liberdade. Caetano não se prende a hits manjados como Você é Linda, Leãozinho e Lua de São Jorge, explorando de forma segura o seu novo e bom repertório. Entretanto, este álbum ao vivo não chega a ser um dos melhores pontos em sua discografia; é apenas bom.


Nota: 8,0


Tracklist:

1. A voz Do Morto
2. Sem Cais
3. Trem Das cores
4. Perdeu
5. Por quem?
6. Lobão Tem Razão
7. Maria Bethânia
8. Irene
9. Volver
10. Aquele Frevo Axé
11. Não Identificado
12. Base de Guantanamo
13. Lapa
14. Água
15. A Cor Amarela
16. Eu Sou Neguinha
17. Força Estranha

Van Der Graaf Generator - A Grounding In Numbers [Review]



Aguardado a tempos, A Grounding In Numbers foi lançado no dia 14/3, ou, tomando como base a língua inglesa, 3, 14. A data não foi escolhida por acaso, pois esses são os três primeiros dígitos do numeral pi (π). Além da arte da capa e da data de lançamento, são várias as referências 'matemáticas' do álbum. Na sugestiva Mathematics, por exemplo, temos várias menções a Identidade de Euler, o "poema matemático".

O álbum já é o segundo lançado como trio, depois da saída do saxofonista e flautista David Jackson em 2005. A sonoridade, tende portanto a ser mais parecida com Trisector, porém é melhor preenchida, demonstrando uma melhor adaptação à nova formação, e mais diversificada que o antecessor. Entre as 13 faixas do disco, podemos ver composições mais enérgicas e simplistas, que não ultrapassam a marca de 7 minutos. Portanto, não há nenhuma canção épica, uma das características da banda. The Quiet Zone/The Pleasure Dome de 77 é, além desse, o único com essa particularidade.

Os destaques ficam por conta de Bunsho, uma das poucas que enfatizam o trabalho nas guitarras de Peter Hammil, Mr. Sands com belos arranjos e a imponente All Over The Place, escolhida para o encerramento. Outras faixas interessantes são Smoke e 5533. Hugh Banton assume a guitarra na primeira e Guy Evans na seguinte.

A intensa repetição de determinados trechos faz com que o álbum se torne um pouco maçante em seu decorrer. Mesmo assim, A Grounding in Numbers não desvalorizará a carreira do grupo, mas também não acrescentará muito a mesma. É um álbum consistente e ao mesmo tempo diferente. Vale a pena conferir, pois ele tráz em si bons momentos e referências para a modernização do prog.

Nota: 8




Tracklist:

1. Your Time Starts Now
2. Mathematics
3. Highly Strung
4. Red Baron
5. Bunsho
6. Snake Oil
7. Splink
8. Embarassing Kid
9. Medusa
10. Mr. Sands
11. Smoke
12. 5533
13. All Over the Place

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quarta-feira, 16 de março de 2011

Sylosis - Edge Of The Earth [Review]

Depois de uma bela estreia em 2008 com Conclusion Of An Age, estreia essa que lançou a banda no mundo do thrash/death melodic metal e a tornou relativamente conhecida, o Sylosis volta com outro belo trabalho. Em Edge Of The Earth a banda mantém o seu "thrash metal moderno" ainda mais afinado. E a saída do vocalista Jamie Graham não pareceu ser um empecilho tão grande, e talvez pode ser vista até como uma boa coisa para os que torciam o nariz para lado mais metalcore da banda que a voz limpa de Jamie trazia, já que o guitarrista, tecladista e o cérebro da banda, Josh Middleton assumiu os vocais principais, com seus rosnados e guturais enfurecidos e um vocal limpo que aparece poucas vezes.

A mudança no vocal mudou um pouco o som da banda, mas ainda temos os elementos que chamaram atenção em Conclusion Of An Age, os riffs old school à la Bay Area, com guitarras, melódicas em muitos momentos, travando bons duelos e uma atmosfera muito densa. Em Edge Of The Earth ainda encontramos pitadas de prog, com batidas quebradas e boas trocas de andamento, e até uns contornos épicos nas passagens mais lentas. Os trabalho das guitarras é de admirar, com solos excelentes, marcante do início ao fim. Mas não só as guitarras devem ser destacadas, todo o intrumental é excelente, bem complexo e agressivo - mais que no álbum anterior - mas também melódico, e o Sylosis consegue equilibrar muito bem os "punches" com as melodias, fazendo isso com muita técnica.

Uma coisa boa na banda é que ela incorpora alguns aspectos do som das suas influências, especialmente o thrash metal americano, mas não soa como elas, há até alguns acenos dos grandes nomes do estilo, mas a banda consegue fazer um som único, o que está ficando cada mais vez difícil quando se propõe fazer a mistura de melodias com agressividade, que está sendo tão explorada ultimamente.

A longa duração do álbum pode ser vista como um ponto negativo, todas as músicas são boas, nenhuma aparece apenas como um enchimento - exceto pela parte 2 da faixa Empyreal, uma continuação de pouco mais de um minuto -, mas certamente poderia ser mais curto e funcionaria até melhor se fosse, pois 72 minutos é um tempo muito longo e faz com que a decisão de parar para ouvi-lo seja um pouco difícil e talvez seja visto até como um teste de resistência para alguns, e isso pode prejudicar um pouco o seu poder, tornando-o um pouco cansativo. Não faria mal se guardassem duas ou três músicas para um EP no fim do ano, ou até guardar para o próximo álbum.

O Sylosis conseguiu atender as expectativas e fez um álbum à altura de seu debut, e fez até mais que isso, conseguiu elevar o nível, quebrando "maldição do segundo álbum" que aguns temiam. Apesar de a banda fazer um som único, ela ainda está procurando a sonoridade ideal, sua identidade própria, e com este disco mostra que está no caminho certo para isso, gerando a expectativa de uma carreira muito promissora.

Nota 9,0


Tracklist:

01. Procession
02. Sands Of Time
03. Empyreal (Part 1)
04. Empyreal (Part 2)
05. A Serpent's Tongue
06. Awakening
07. Kingdom Of Solitude
08. Where The Sky Ends
09. Dystopia
10. Apparitions
11. Altered States Of Consciousness
12. Beyond The Resurrected
13. Eclipsed
14. From The Edge Of The Earth

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terça-feira, 15 de março de 2011

Álbum da Semana: Fictionary - Lyle Mays

Mais conhecido como o fiel escudeiro do guitarrista Pat Metheny, o pianista/tecladista Lyle Mays sempre foi meio esquecido entre os grandes fãs de jazz. E a razão por esse "esquecimento" com certeza não é falta de talento, e Mays provou isso com o próprio Pat Metheny, sendo seu principal parceiro em composições.

Em 1992, Mays lançou seu terceiro disco solo, Fictionary, ao lado do baterista Jack DeJohnette e do baixista Marc Johnson. Contrariando as expectativas, Mays apostou na formação clássica do jazz (piano, baixo e bateria), e não investiu nos seus teclados, como de costume, deixando um pouco de lado a atmosfera elétrica do Pat Metheny Group e investindo num som mais acústico e suave, com delicadas tessituras sonoras repletas de sensibilidade

Um dos destaques do disco é a faixa de abertura, um tributo a Bill Evans, considerado um dos mais importante músicos de jazz da história, e inclusive tem o nome do músico como título. A canção soa como um verdadeiro e emocionante agradecimento ao pianista. Na faixa-título, Mays toca solo o seu piano durante os dois primeiros minutos, com o baixo e a bateria entrando em seguida, com destaque pra bateria de DeJohnette. Outros destaques do disco são as animadas Trio #1, Trio # 2 e Hard Eights, com Johnson roubando a cena, e as relaxantes Siena, Something Left Unsaid e On The Other Hand, esta com apenas Lyle no piano além de Falling Grace, música do baixista Steve Swallow e Where Are You From Today com sua delicada melodia.

Lyle Mays deixa claro com este disco que não é apenas o "músico que sempre acompanha Pat Metheny". Sem dúvida, a fama do guitarrista não se deve somente ao seu virtuosismo e originalidade, mas também à parceria com seu talentoso pianista.


Tracklist:

1. Bill Evans
2. Fictionary
3. Sienna
4. Lincoln Reviews His Notes
5. Hard Eights
6. Something Left Unsaid
7. Trio #1
8. Where Are You From Today
9. Falling Grace
10. Trio #2
11. On the Other Hand


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segunda-feira, 14 de março de 2011

Charles Bradley - No Time For Dreaming [Review]

O soul vem passando por um estado de renovação. Os novos nomes do estilo, além de surgirem com frequência cada vez maior, costumam adicionar outros estilos de música ao estilo; como é o caso de Joss Stone, que já gravou com o rapper Common; e Janelle Monaé, que também se mistura com o Synth Pop. O caso de Charles Bradley, é justamente o contrário: sua música é baseada exclusivamente no soul de raíz do fim da década de 1960 e primeira metade dos anos 1970, sem flerte algum com outros tipos de música.

Apesar deste ser o seu primeiro disco gravado, Bradley já ultrapassou os 60 anos de idade. Seu interesse pela música cresceu após assistir a uma apresentação de James Brown no lendário teatro Apollo, que segundo ele, teria mudado a sua vida.

Com o dinheiro que conseguia economizar do seu salário de cozinheiro, ele comprou instrumentos musicais e começou a percorrer os EUA e até algumas áreas do Canadá para fazer shows. O co-produtor da Daptone Records - que tem como foco a música negra das décadas de 60 e 70 - percebeu o seu potencial e o chamou para gravar um single, e alguns anos depois, um álbum.

A parceria da voz imponente e poderosa de Bradley com os excelentes músicos da Menaham Street Band resultam em músicas cativantes, como Golden Rule, Heartaches and Pain e The World (Is Going Up In Flame), que traz uma ótima batida e sedutores backing vocals. A banda de apoio mostra sua qualidade na instrumental Since Our Last Goodbye e In You (I Found A Love), onde os metais e o groove do baixo se sobressaem. Mas não há como apagar a estrela do vocalista, que brilha com interpretações extramente pessoais e cheias de feeling em I Believe In Your Love, How Long, e na quase auto-biográfica, Why It´s So Hard.

Para quem já conhece ou quer começar a entrar na black music, No Time For Dreaming é um prato cheio. A voz de Charles Bradley pode não ser perfeita em termos técnicos, mas é intensa e emocionante. O primeiro passo para uma grande carreira já foi dado, só é preciso manter o nível dessa exelente estréia.

Nota: 9,5


Tracklist:


01. The World (Is Going up in Flames)
02. The Telephone Song
03. Golden Rule
04. I Believe in Your Love
05. Trouble in the Land
06. Lovin’ You, Baby
07. No Time for Dreaming
08. How Long
09. In You (I Found a Love)
10. Why is it so Hard?
11. Since Our Last Goodbye
12. Heartaches and Pain

domingo, 13 de março de 2011

Tom Principato - A Part Of Me [Review]


A Part Of Me é o primeiro trabalho completamente autoral de Tom Principato. O guitarrista e vocalista que já acumula 40 anos de carreira, é famoso nos atuais circuitos de blues pelos seus shows fervorosos. Para a gravação do álbum ele se juntou a músicos de renome do Blues e do Jazz como Willie Weeks, Brian Augers, Chuck Leavell e Sonny Landreth.

A faixa de abertura, Don't Wanna Do It, ganha os ouvidos com o evidente trabalho de slide guitar de Landreth se sobrepondo à guitarra de Principato, que cria um brilhante pano de fundo acompanhado pelo órgão Hammond de Chuck Leavell.

Fundindo Blues e Soul em um feeling descomunal, algumas nunces vocais e um instrumental suave e intricado com direito a um riff de sax cativante e um belo solo de guitarras, Part Of Me é a balada que intitula o álbum.

Down The Road e Back Again And Gone, são duas faixas inteiramente instrumentais. A primeira conta com uma levada mais rápida e diversificada, com alguns toques de improviso. A segunda funciona como uma vitrine para Principato, com um timbre sutil, ela passeia por arranjos tradicionais e pelo jazz.

Homenageando a tradicional cultura musical de Nova Orlenas, Down In Lou'Siana é caótica e valoriza a liberdade dos músicos, criando um instrumental arrojado e agressivo, sem perder sua característica dançante.

Orientada mais ao rock e com bastante energia, a dobra simples, mas elegante de Stranger's Eyes e Stranger's Eyes Pt. 2 (também instrumental) encerra o álbum.

Apostando em um caminho já conhecido, Principato apresenta um trabalho seguro graças a sua vasta experiência acumulada em mais de 4 décadas. Suas composições junto a qualidade dos músicos envolvidos, tornam a obra agradável e de fácil assimilação, apesar do álbum acabar se tornando muito curto, com pouco menos de 40 minutos. Nada que desmeraça uma atenta audição.

Nota: 8


Tracklist:

Don’t Wanna Do It
Sweet Angel
Part Of Me
Down The Road
Down In Lou’Siana
Back Again And Gone
Stranger’s Eyes
Stranger’s Eyes Pt. 2

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sábado, 12 de março de 2011

Whitesnake - Forevermore (Resenha)


Um dos álbuns mais aguardados para esse ano, sem dúvidas, "Forevermore" surge como o décimo primeiro disco de inéditas dos veteranos do Whitesnake e chega às prateleiras neste mês de março.

Em 2008, após onze anos sem nenhum lançamento, a banda finalmente voltava à ativa nos estúdios e produzia o excelente "Good To Be Bad", voltando à grande forma e iniciando uma espécie de terceira fase do som do grupo (após uma era hard rock e outra mais pop), um som mais pegado e robusto. E se o objetivo era manter o bom nível, eles foram além e fizeram um álbum ainda melhor. "Forevermore" possui um Hard Rock bem pesado e repleto de energia, sem em nenhum momento soar repetitivo ou como um mero clichê, e para isso, conta como diferencial com riffs e refrões cheios de melodia, além da distinta voz de Coverdale, dando um ar especial para as canções.

Steal Your Heart Away foi escolhida para iniciar por ser já uma bela amostra do que o grupo foi capaz de fazer; possui um ritmo bem acelerado e um ótimo solo. Enquanto isso, Love Will Set You Free será a música hit da vez (o single já ganhou até video clipe) com seu refrão colante, contando com os backing vocals do guitarrista Reb Beach e do baixista Michael Devin, algo aliás muito explorado em várias faixas, criando um fundo legal para as músicas. Em seguida vem Easier Said Than Done, a primeira das inseparáveis baladas de Coverdale, e muito bonita por sinal, com seu clima todo arrebatado.

Outra balada é One Of These Days, que diferente da primeira, é quase toda acústica e possui uma aura de anos 70/80; Dogs In The Street é rápida, hard certeiro e solo alucinante; Fare Thee Whell é mais uma acústica, num tom um tanto country que contracena bem com a voz meio rouca de Coverdale; Whipping Boy Blues traz à tona muito da influência de Jimmy Page e do Led Zeppelin, mas com a cara do Whitesnake; My Evil Ways inicia com um solo de bateria que dá lugar a um hard explosivo e energizante até chegar num grande solo... essa faixa evidencia o grade trabalho feito por Doug Aldrich e Beach nas guitarras; e por fim, a cartada final fica com a belíssima Forevermore, o momento épico do álbum, encantando e emocionando a cada vocalização, a cada nota. Fecha com muita maestria.

Então, um dos grandes dinossauros do rock retorna de forma aplaudível. O Whitesnake nos brinda com um grande disco, mostrando-se como uma banda imponente e altamente capacitada. Este play não pode passar despercebido por qualquer fã do gênero de forma alguma. Recomendadíssimo!!

Nota: 9,0



Tracklist:

Steal Your Heart Away
All Out Of Luck
Love Will Set You Free
Easier Said Than Done
Tell Me How
I Need You (Shine A Light)
One Of These Days
Love And Treat Me Right
Dogs In The Street
Fare Thee Whell
Whipping Boy Blues
My Evil Ways
Forevermore

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sexta-feira, 11 de março de 2011

Serenity - Death & Legacy [Review]

 

A Alemanha sempre foi um país que recebeu muita atenção dos headbangers de todo o mundo, graças ao seu enorme número de bandas de Heavy Metal da mais alta qualidade. Porém, aos poucos, os países vizinhos que acabavam sendo deixados um pouco de lado começam a ganhar mais notoriedade. Entre estes países, um deles é a Áustria, terra de origem do Serenity, que perto de completar dez anos em atividade, presenteia os fãs com seu terceiro álbum de estúdio: Death & Legacy.

Conceitual, Death & Legacy narra a história de diversas figuras históricas importantes, como por exemplo: Sir Francis Drake, Marco Polo, Rainha Elizabeth I e Giacomo Casanova.
A sonoridade segue a linha Symphonic Power Metal da banda, que também acrescenta elementos do Progressive e Gothic Metal.

A versão padrão do álbum conta com quatorze faixas, sendo que quatro são interlúdios, e mais de uma hora de duração. O disco, como um todo, flui de maneira muito boa e se mostra repleto de composições sólidas, apesar de haver um pouco menos de espontaneidade em relação ao seu antecessor, Fallen Sanctuary (2008). O álbum também conta com participações especiais das vocalistas Amanda Sommerville, Ailyn (Sirenia) e Charlotte Wessels (Delain). Todas as participações aparecem na medida certa, ou seja, sem receber mais atenção do que o necessário e ao mesmo tempo sem soarem desprezíveis ou prejudicarem o resultado final das músicas. A produção se mostra praticamente impecável, assim como as orquestrações e arranjos de Oliver Philips. Aqueles que adquirirem a edição limitada do álbum ainda ganharão duas faixas bonûs, Youngest Of Widows e To India's Shore, que podiam tranquilamente integrar a versão definitiva do disco.

Com Death & Legacy, o Serenity ganha ainda mais destaque no cenário Symphonic Metal, ainda não estão na elite do gênero, porém estão se aproximando disto. Musicalmente, a banda mostra que está mergulhando em águas cada vez mais profundas, resta vermos daqui para frente até onde eles conseguem chegar.

Nota: 9,0

Tracklist:
1. Set Sail To...
2. New Horizons
3. The Chevalier
4. Far From Home
5. Heavenly Mission
6. Prayer
7. Stage Of Siege
8. Changing Fate
9. When Canvas Starts to Burn
10. Serenade of Flames
11. Youngest of Widows [Bonus Track]
12. Below Eastern Skies
13. Beyond Desert Sands
14. To India's Shore [Bonus Track]
15. Lament
16. My Legacy

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Dalriada - Ígéret [Review]

Sim, mais uma banda de folk metal, mas não é apenas mais uma na multidão, tanto que é conhecida como a melhor banda da Hungria! Tudo bem, não é um título que gera muita empolgação, mas pelo menos é merecido, e a banda não é só a melhor da Hungria, mas também uma das melhores do folk metal atualmente. Formada em 1998 como Echo Of Dalriada, a banda veio a lançar o seu primeiro álbum, Fergeteg, apenas em 2004 e em 2006 lançou Jégbontó, o segundo. Em 2007 a banda trocou o nome para Dalriada e lançou mais 3 álbuns antes de Ígéret. Todos os discos têm o nome dos meses do ano em húngaro arcáico, sendo que o quinto álbum, Arany, tem esse nome por conter apenas poemas do poeta húngaro János Arany transformados em música.

Neste álbum a banda faz que já é esperado dela, um som baseado na música húngara, com arranjos bastante folclóricos muito bem aliados às melodias pesadas das guitarras. A veia metálica se mostra um pouco mais presente, com bons solos de guitarra e também de teclado, com músicas bem calcadas no power metal. As músicas do disco são todas em húngaro, tendo inclusive temas tradicionais da Hungria reinterpretados e transformados em música, o que dá um charme a mais e uma personalidade própria, sendo que o folk metal atualmente é dominado pelos celtas e nórdicos, além de ter a peculiar voz de Laura Binder como a principal, o que realmente remete a um som único.

Os vocais, aliás, são um dos destaques do disco, muito bem encaixados, alternando bem entre a voz limpa de Laura Binder, que até manda uns rasgados em Hajdútánc e Leszec A Hold, que conta com participação de Jonne Jävellä (Korpiklaani) e os vocais mais agressivos de András Ficzek e os guturais do baterista Tadeusz Rieckmann, que aparecem pouco, mas nas horas certas, dando uma maior força interpretativa aos temas, além de belos coros nos refrãos. As melodias vocais simplesmente grudam na sua mente. Tadeusz também se mostra muito técnico na bateria e as guitarras também merecem destaque, muito competentes, tanto nas partes mais pesadas quanto nas melódicas. Além do teclado, muito mais presente, com solos muito bons e belas melodias, como o das músicas Leszek A Csillag e Hozd el, Isten.

Para ouvidos preguiçosos, o disco pode parecer estranho a primeira ouvida, inundado de melodias exóticas e extravangantes, mas depois de se acostumarem com o som e ouvi-lo com atenção, logo perceberão toda a riqueza de suas nuances e assimilarão com mais facilidade a complexidade dos temas e a perfeita integração do folk com o metal. Recomendado a ouvidos livres e sem preconceitos.

Nota 9,0


Tracklist:

Intro
Hajdútánc
Hozd el, Isten
Mennyei Harang
Ígéret
Igazi Tûz
Kinizsi Mulatsága
A Hadak Útja
Leszek A Csillag
Leszek A Hold
Outro

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terça-feira, 8 de março de 2011

Beady Eye - Different Gear, Still Speeding [Review]

No ano passado, a banda queridinha entre os indies, Oasis, deu fim em suas atividades de uma vez por todas. Quando todos se viram livre dos irmãos Gallagher, eis que Liam, o vocalista, anuncia sua nova banda, Beady Eye e o lançamento de seu disco de estréia, Different Gear Still Speeding.

O Beady Eye não tem nada muito além do Oasis: um rock simples, energético e direto, com melodias fáceis e grudentas. O diferencial, segundo o próprio Liam, o grupo seria ''mais dançante, como Jerry Lee Lewis'', e essa característica é percebida em Beatles & Stones, Bring Up The Light que já tem seu video clip, e Milionaire, o primeiro single do álbum.

Contudo, o Beady Eye não tem nada muito além da banda dos irmãos Gallagher. As influências de Beatles e da carreira solo de John Lennon são tão fortes que em certos momentos beiram a cópia. Assim é The Roller, que aparenta ser um cover de Instant Karma, de John Lennon, com algumas edições líricas para, futuramente, não receber um processo por plágio.

Liam não consegue achar um estilo próprio ou um som que seja único. Wind Up Dream e Kill For A Dream parecem restos de estúdio do Oasis que foram re-gravados com novos músicos para alegrar os fãs da banda do vocalista e ao mesmo tempo para encher o disco. Bem mais inspirados estão os guitarristas Andy Bell e Gem Archer, que executam bom solos e riffs, destacando-se em Standing On The Edge Of Noise, Four Letter Word e Three Ring Circus.

O Beady Eye é um Oasis sem Noel Gallagher. As músicas ''dançantes'' são, na verdade, frias e sem emoção, feitas sob medidas para afirmar um estilo próprio de Liam, não tem. O play consegue arrancar alguns bons momentos, mas nada muito surpreendente e inovador. Só mais um na multidão.

Em entrevista ao jornal argentino Clarín!, Liam disse que seu novo grupo será maior que sua antiga banda. A julgar por este disco, o Beady Eye será apenas mais um conjunto de indie rock/britpop entre milhões que existem na face da terra, mas conseguindo vender discos e pelo fato de ter em sua formação um ilustre membro; um eterno ex-Oasis.


Nota: 6,5


Tracklist:


1. Four Letter Word
2. Millionaire
3. The Roller
4. Beatles and Stones
5. Wind Up Dream
6. Bring the Light
7. For Anyone
8. Kill for a Dream
9. Standing on the Edge of the Noise
10. Wigwam
11. Three Ring Circus
12. The Beat Goes On
13. The Morning Son

Álbum da Semana: Stand! - Sly & The Family Stone

O grupo multi-racial liderado por Sly Stone é, sem dúvidas, um dos mais importantes e influentes da década de 1960. Além da sua apresentação inigualável no famoso festival de Woodstock e dezenas de hits, a Family Stone conseguiu reunir rock, soul, funk, psicodelia e protestar sobre o racismo.

Stand!, gravado em 1969 foi o ápice da criatividade da banda. A faixa homônima que também abre o play é singela, mas ao mesmo tempo, uma espécie de hino contra o conformismo. I Wanna Take You Higher e Don´t Call Me Nigher, Whitey são dois grandes clássicos, comandados por metais envolventes que tanto convidam para dançar quanto aumentam a tensão da música. ''Don´t Call Me Nigger...'' e o maior sucesso da banda, Everyday People defende a união das pessoas, independentemente de suas prefêrencias ou etnias, como diz a própria canção, ''Makes no difference what group I'm in. I am everyday people''.

As ensolaradas e dançantes Somebody´s Watching You, Sing e You Can Make It If You Try são o contrapeso perfeito para o heavy funk psicodélico de Sex Machine, uma faixa instrumetal com mais de dez minutos.

Sly Stone ainda produziram outros discos excelentes, como Thre´s A Riot Going On e Fresh, mas nenhum é tão primoroso quanto Stand!, uma das maiores refêrencias da música negra e um retrato otimista do fim da década mais revolucionária da história. Obrigatório!

Download

Tracklist:

1. Stand!
2. Don’t Call Me Nigger, Whitey
3. I Want to Take You Higher
4. Somebody’s Watching You
5. Sing a Simple Song
6. Everyday People
7. Sex Machine
8. You Can Make It If You Try

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Playlist especial: dia da mulher

Para comemorar o dia internacional da mulher, preparamos uma playlist especial, só com bandas de metal e rock com alguma representante feminina em sua formação. 20 músicas para todos os gostos, de rock n´ roll a death metal. Aumente o som e comente sobre as faixas e grupos escolhidos.

Músicas selecionadas por Gabriel Albuquerque e Pedro Kirsten


segunda-feira, 7 de março de 2011

Cavalera Conspiracy - Blunt Force Trauma (Resenha)


Mais uma banda criada após a saída de Max Cavalera do Sepultura, o Cavalera Conspiracy lança em 2011 seu segundo álbum de estúdio, Blunt Force Trauma.

A banda nasceu de uma nova união dos irmãos Cavalera, Max e Igor, algo que não acontecia fazia 12 anos até o debut Inflikted, de 2008. Álbum que foi muito bem avaliado e contava ainda com o guitarrista e vocalista da banda Gojira, Joe Duplantier, que neste trabalho só fazia a parte do baixo. Já em Blunt Force Trauma, Duplantier foi substituído por Johnny Chow.

Em suas novas bandas, Max nunca mais lançou algo tão espetacular como "Arise" (1991), mas vinha mostrando trabalhos consistentes e este novo disco é bastante eficiente. Tem tudo o que já estamos acostumados a ouvir dos irmãos, aquele peso thrash com pegada hardcore punk, vocais rasgadíssimos e muita repetição dos refrões ao longo da música. Como dito, é eficiente, curto e grosso, sem solos muito prolongados, um soco na cara. Porém, se Max quiser fazer ainda melhor, seria de bom grado pensar em continuar focando em apenas uma de suas bandas, Cavalera ou Soulfly, já que ambas têm praticamente a mesma proposta.

De peso muito agressivo e vocal brutal, o álbum inicia sua intensa jornada com Warlord e seu excelente riff. Torture e Lynch Mob são mais duas pedradas no ouvido, esta última com participação de Roger Miret, do Agnostic Front, fazendo vocais limpos. Destaques ainda para a ótima Killing Inside, a melhor do disco, I Speak Hate e a autointitulada que possui um solo mais longo. Ainda há espaço para um cover do Black Sabbath que ficou como bonus track, a música Eletric Funeral.

Continuando sua carreira com álbuns interessantes e agora com Blunt Force Trauma, Max, com o auxílio do bom baterista Igor Cavalera, vai tentando mostrar que sua criatividade musical ainda não desapareceu.

Nota: 8,0



Tracklist:

Warlord
Torture
Lynch Mob
Killing Inside
Thrasher
I Speak Hate
Target
Genghis Khan
Burn Waco
Rasputin
Blunt Force Trauma

Bonus Tracks:

Psychosomatic
Jihad Joe
Eletric Funeral

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domingo, 6 de março de 2011

Classic Albums: Cowboys From Hell - Pantera


Imagine bandas como Poison, Cinderella ou Ratt renegando tudo o que já fizeram e passando a fazer um som completamente avassalador, com uma distorção ensurdecedora e com seu vocalista urrando ferozmente. Sim, é totalmente inimaginável. Entretanto, não o foi para uns certos caras do Texas. O Pantera era mais uma dessas bandas de glam metal com visual extravagante, exibindo cabeleiras armadas no melhor estilo Slash/Bon Jovi... até a sua virada de mesa em 1990 com o clássico absoluto "Cowboys From Hell".

Coincidentemente, foi após a chegada de Phil Anselmo que as coisas começaram a tomar outro rumo. O vocalista entrou para a banda substituindo Terry Glaze, que não havia aceitado assinar contrato com uma gravadora ligada à Gene Simmons do Kiss, entrando assim em conflito com os demais membros e resultando na sua demissão. A estreia de Anselmo foi em "Power Metal", de 1988, ainda não revolucionário, mas já dando mostras do que viria futuramente. Mas o grande fator responsável pela transição radical foi a mudança de postura dos músicos. Dimebag Darrell conseguiu imprimir um timbre único para sua guitarra, tornando-se uma lenda; seu irmão, Vinnie Paul, sentava as baquetas com vontade e violência, sem falar que tinha uma grande técnica de bumbo; e Rex Brown mandava bases de baixo tão fortes e pesadas, que fazia com que Darrell não sentisse falta nenhuma de um companheiro para a guitarra rítmica.

O disco se transformou em uma pérola. Aliás, pérola é uma palavra sensível e inadequada para defini-lo, devido seu potente formato thrash. A cada faixa sente-se a fúria groove esmagadora pulsando em suas caixas de som. Darrell apresentou-se como um gênio ao criar solos tão complexos e ao mesmo tempo era uma fábrica de riffs. Como não enlouquecer com os riffs de Domination (um desfile deles), Heresy e da faixa-título? Além delas, ainda temos petardos como Message In Blood, Psycho Holiday e a magnífica Cemetery Gates, uma viagem extasiante ao longo dos seus sete minutos de duração.

Capa do single "Cemetery Gates", de 1990

Mas qual foi a verdadeira importância histórica de Cowboys From Hell? Bem, foi nos anos 90 que surgiram e explodiram movimentos como o rock alternativo, o hard rock "farofa" e principalmente o grunge, ocupando os holofotes e jogando o metal/rock tradicional um pouco no ostracismo. Tanto é que bandas gigantes como Judas Priest, Motörhead, Metallica, Megadeth, AC/DC, Iron Maiden e tantas outras passaram seus piores momentos nessa exata década (com exceção de alguns discos como Painkiller e Rust In Peace que sairam já bem no início), após brilharem intensamente nos anos 70 e 80. Enquanto isso, o Pantera fazia o caminho inverso, vindo de uma fase mal sucedida para o reconhecimento mundial em meio às novas linhas musicais. Nisso consiste o legado do Pantera, em manter viva a chama do heavy metal, em produzir um disco tão ousado e agressivo numa época adversa para tal.

E para comemorar os 20 anos deste trabalho, em 2010 a banda (agora infelizmente extinta devido ao trágico assassinato de Dimebag) resolveu lançar uma versão tripla do álbum para colecionadores. O primeiro CD é uma remasterização de todas as faixas; o segundo traz apresentações ao vivo nos EUA e em Moscou (Alive In Hostile); e o terceiro agrupa demos das músicas, além da canção The Will To Survive, gravada durante as sessões do álbum (confira ela no vídeo abaixo), trazendo um som que distoa um pouco do resto do disco em termos de peso, pegando mais para um lado hard rock bem groove.



Produzido por Terry Date e editado pela gravadora Atco Records, que pela primeira vez trabalhava com a banda, Cowboys From Hell alcançou em 1993 o disco de Ouro e em 1997 o disco de Platina por chegar a 1 milhão de cópias vendidas só nos EUA. O sucesso comercial também levou a galgar a posição 117 na Billboard 200, a posição 27 na Top Heatseekers e a ficar em oitavo na Catalog Albums.

Para baixar o álbum, basta clicar AQUI, caso já seja cadastrado no fórum Metal Is The Law.


Tracklist:

Cowboys From Hell
Primal Concrete Sledge
Psycho Holiday
Heresy
Cemetery Gates
Domination
Shattered
Clash With Reality
Medicine Man
Message In Blood
The Sleep
The Art Of Shredding


Integrantes:

Phil Anselmo - Vocalista
Dimebag Darrell - Guitarrista e vocal de apoio
Rex Brown - Baixista
Vinnie Paul - Baterista

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