domingo, 29 de maio de 2011

Arctic Monkeys - Suck It And See [Review]

Quando foi lançado o vídeo clipe de ''Don´t Sit Down ´Cause I´ve Moved Your Chair'' e a capa de Suck It And See foi divulgada, esperava-se que o novo álbum do quarteto inglês Arctic Monkeys, já queridinhos dos indies e conhecidos na Europa, fosse inspirado na música psicodélica dos anos 1960 e começou um debate sobre a banda seguir o caminho ''neo-psicodélico'' de bandas como o Black Angels. Mas a grande maioria dos que defendiam essa hipótese não souberam (ou ignoraram mesmo) a declaração do baterista Matt Helders, que afirmava que Suck It And See seria mais ''instantâneo, mais pop'' do que o antecessor Humbug.

Nenhuma das palavras estava errada: o novo disco do Arctic Monkeys é carregado de canções fáceis e com apelo mais popular, mas também tem leves pinceladas de psicodelismo e hard rock.

Há influências evidentes de John Cale (multi-instrumentista, ex-guitarrista e líder do Velvet Underground juntamente com Lou Reed) na guitarra distorcida de ''Library Pictures'' nos riffs hipnóticos de ''Don´t Sit Down ´Cause I´ve Moved Your Chair'' e ''She´s Thunderstorm'', ainda que essa tenha última tenha uma mudança de andamento e passe a ser uma adocicada canção pop com vocais tímidos de Alex Turner. A intro de baixo em ''Reckless Serenate'', o rock direto ao ponto de ''Brick By Brick'' e as variações em ''The Hellcat Spangled Shalalala'' são os outros momentos a serem exaltados.

Suck It And See está envolto em expectativas de que seja criado algo realmente criativo e digno da atenção que o quarteto tem na mídia e decepciona mais um vez. Nada além do que já é de praxe: um disco legal com boas passagens, baladas repetitivas que parecem seguir a mesma fórmula e a supervalorização de Alex Turner.
Nota 8:


Tracklist:

01 – She’s Thunderstorms
02 – Black Treacle
03 – Brick By Brick
04 – The Hellcat Spangled Shalalala
05 – Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair
06 – Library Pictures
07 – All My Own Stunts
08 – Reckless Serenade
09 – Piledriver Waltz
10 – Love Is A Laserquest
11 – Suck It And See
12 – That’s Where You’re Wrong

terça-feira, 24 de maio de 2011

Álbum da Semana: Nighmares Made Flesh - Bloodbath

Lançado em 2004, Nightamares Made Flesh é o segundo álbum de estúdio do supergrupo de death metal Bloodbath. A banda é formada atualmente por Mikael Åkerfeldt (Opeth), Anders Nyström (Katatonia, Diabolical Masquerade, Bewitched), Jonas Renkse (Katatonia, Long Distance Calling), Per "Sodomizer" Eriksson (Katatonia) e Martin Axenrot (Opeth, Witchery, Satanic Slaughter). Neste álbum, Mikael é substituído por Peter Tagtgrën (Hypocrisy, The Abyss) e Dan Swanö (Edge Of Sanity, Nightingale) vai para as guitarraa para dar lugar a Martin Axenrot na bateria.

Se no Opeth e no Katatonia temos alguns momentos de calmaria e belas passagens acústicas, no Bloodbath temos uma sonoridade mais clássica do death metal, brutalidade do início ao fim. As canções são diretas, rápidas (a maior faixa tem 4:33), mas estão longe de soarem cruas, os riffs são bem trabalhados e tem boas melodias, como já é de se esperar de uma banda de death metal da Suécia. Outro ponto positivo é que os músicos levam o projeto a sério e mostram muita categoria, mas sem nenhum exibicionismo, como costuma acontecer com alguns supergrupos.

Todas as canções seguem a mesma fórmula, e é impossível dar um destaque, simplesmente todas são boas, uma verdadeira aula de death metal. Disco indispensável a qualquer fã de metal extremo.

DOWNLOAD


Tracklist:

1. Cancer Of The Soul
2. Brave New Hell
3. Soul Evisceration
4. Outnumbering the Day
5. Feeding the Undead
6. Eaten
7. Bastard Son of God
8. Year of the Cadaver Race
9. The Ascension
10. Draped in Disease
11. Stillborn Saviour
12. Blood Vortex
13. Breeding Death (demo) (Bonus Track)
14. Omnious Bloodvomit (demo) (Bonus Track)
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domingo, 22 de maio de 2011

Ecliptyka - A Tale of Decadence [Review]


Na ativa desde 1999, os paulistanos do Ecliptyka recentemente lançaram seu primeiro álbum de estúdio, "A Tale of Decadence", através da Die Hard Records. Formado atualmente por Helena Martins (vocal), Helio Valisc (guitarra), Guilherme Bollini (guitarra), Tiago Catala (bateria) e Eric Zambonini (baixo), o Ecliptyka já havia lançado uma demo intitulada "The First Petal Falls" que lhes rendeu uma pequena turnê europeia.

Não é uma tarefa fácil tentar rotular o som da banda, já que as influências vão desde o Power ao Death Metal. As letras de "A Tale of Decadence" abordam temas como a destruição do planeta pelo homem, política e guerras.
Ao longo de suas treze faixas, o álbum mostra uma banda mais coesa e confiante em relação à demo "The First Petal Falls". Sem abusar demais de clichês, o disco traz de forma bem equilibrada a alternância dos vocais limpos de Helena Martins com os guturais de Guilherme Bollini, essa fusão entre o melódico e a brutalidade, além dos arranjos, é fundamental para que o álbum não possua uma única atmosfera padrão, evitando assim uma sonoridade repetitiva demais. Há também duas participações especiais, Marcelo Carvalho (Hateful) no petardo We Are The Same e Danilo Herbert (Mindflow) realizando um belo dueto com Helena em Splendid Cradle, um dos destaques do álbum ao lado de Why Should They Pay?. Vale citar também a faixa bonûs, Berço Esplêndido, que se trata da música Splendid Cradle, porém cantada em português.

Graças aos 12 anos de carreira, "A Tale of Decadence" demonstra uma maturidade que boa parte das bandas de Heavy Metal não possuem em sua estreia. Um debut consistente e muito competente dentro daquilo que se propõe a fazer. Fica agora a expectativa para acompanharmos a evolução do Ecliptyka, tanto musicalmente quanto na árdua luta por espaço no cenário musical brasileiro.

Nota: 8,0


Tracklist:
01. The Age of Decadence
02. We Are The Same
03. Splendid Cradle
04. Fight Back
05. Dead Eyes
06. Echoes From War
07. Hate
08. Why Should They Pay?
09. Look at Yourself
10. I've Had Everything
11. Unnatural Evolution
12. Eyes Closed
13. Berço Esplêndido [Bonus Track]


sábado, 21 de maio de 2011

Hugh Laurie - Let Them Talk [Review]


''Vou lançar um disco. Sei que atores não costumam fazer algo bom na música, mas esse será legal.'', foi assim que Hugh Laurie, protagonista do seriado House anunciou Let Them Talk - mesmo que ainda não houvesse título definido.

De fato, o históricos de atores que resolveram tentar a sorte na música não é muito favorável: Eddie Murphy, Russel Crowe, Steven Segal e Bruce Willis cometarem verdadeiras atrocidades sonoras; mas o Dr. House, quer dizer, Hugh Laurie, faz parte de um grupo minoritário dos atores que se aventuram na música e dão bons frutos, como é o caso de Juliette Lewis, que lidera o Juliette & The Licks.

Sentado ao piano ou empunhando a sua guitarra, se mosta à vontade e até passa uma certa sensação de experiencia ao executar as belas melodias de ''St. James Infirmary'' e ''Let Them Talk'', e também mostra sua versatilidade em composições com um clima R&B e até rockabilly, tais como ''John Henry'', ''Swanne River'', ''They´re Red Hot'' e ''Baby, Please Make A Change''. Mas a coluna dorsal de Let Them Talk é o blues, com influências certeiras de Robert Johnson e John Lee Hooker captadas em ''Six Feet Cold Ground'' e ''You Don´t Know My Mind'', respectivamente.

A banda de apoio também merece destaque, em especial ao baixo; que se sobressai em ''Winnin´ Boy'' e na vigorosa ''Battle Of Jericho'', junto com alguns violinos; e os sopros, que regem ''Baby, Please Make A Change'', amplificam ''Tipitania'' e dão um toque especial com a tímida aparição em ''You Don´t Know My Mind''.

Hugh Laurie não tem uma voz de barítono, Let Them Talk não é um grande disco, mas é claramente um bom trabalho, muito bem produzido também. Uma adição prazerosa, nada grandioso ou mirabolante, no ponto. Não acreditaram, mas ele avisou que seria bom. Promessa cumprida.


Nota 8,5:


Tracklist:

1. St. James Infirmary
2. You Don´t Know My Mind
3. Six Feet Cold Ground
4. Buddy Bolden´s Blues
5. Batttle Of Jericho
6. After You´ve Gone
7. Swanne River
8. The Whale Was Swallod
9. John Henry
10. Police Dog Blues
11. Tipitania
12. Winnin´ Boy Blues
13. They´re Red Hot
14. Baby, Please Make A Change
15. Let Them Talk

sexta-feira, 20 de maio de 2011

10 discos fundamentais do início do heavy metal

É quase impossível definir com precisão quando algum movimento artístico se inicia. Apesar de ter um determinado momento chave e crucial, tudo se dá por um conjunto de fatores e pessoas. Com o heavy metal é a mesma coisa. As opiniões sobre a primeira música e álbum do estilo variam.
Inúmeros discos foram lançados nos últimos anos da década de 1960 e no começo da década seguinte que, juntos, definiram uma boa parte do heavy metal e da música pesada em geral. A lista que você vai ver a seguir pode não conter os melhores discos do que veio a se chamar proto-metal - som pesado que veio antes do metal em si, também sendo rotulado algumas vezes como hardão -, mas sim álbuns essenciais, que ajudaram na formação e lhe ajudará, de certo modo, a enteder esse gênero tão complexo e diversificado que é o heavy metal.

The Beatles - The Beatles (White Album) (1968)

O White Album, como é mais conhecido, não é bem um disco de proto-metal. Tem até várias baladas, tais como ''While My Guitar Gently Weeps'', ''Dear Prudence'' e ''Blackbird'', e até uma peça cômica (''Ob-La-Di, Ob-La-Da''), mas trazia a primeira canção de heavy metal da história, seu nome é ''Helter Skelter''. Esse divisor de águas surgiu após Paul McCartney ler uma entrevista de Pete Townshend na revista Melody Maker, onde o guitarrista do The Who afirma que ''I Can See For Miles'' era a música mais alta, suja e barulhenta que sua banda já havia feito. McCartney descordou, acho que tudo não passava de um ''caos organizado'' e resolveu criar sua canção mais alta, suja e barulhenta. Assim surgiu o primeiro heavy metal - ainda que o termo só fosse inventado anos depois. O famoso assasino Charles Manson adotou ''Helter Skelter'' como um hino, e disse também que a letra fazia profecias de uma ''apocalíptica guerra racional''.
Até hoje, o metal é mal visto pela mídia de massa, que quando descobre que algum assassino gosta do gênero, persegue todos os headbanguers e estampa capas de revistas com títulos similares a ''Música para matadores'', ''O som do capeta'' e etc.

Blue Cheer - Vincebus Eruptum (1968)

O Blue Cheer é uma espécie de heavy Cream norte-americano. Sua coluna dorsal é o blues, mas desconfigurado com distorções e feedbacks. A versão sujona - e definitiva - de ''Summertime Blues'', tazia o vocal cru de Dickie Peterson aliado com som denso da bateria de Paul Whaley. ''Out Of Focus'' e ''Parchment Farm'' demostravam a força destruidora das seis cordas Leigh Stephens com riffs cadenciados e solos distorcidos. Não apenas um dos melhores discos de estréia da história, mas ''um marco dos primeiros tempos do heavy metal'', como diria Tom Hughes, co-editor da bíblia da música ''1001 discos para ouvir antes de morrer''. Curiosidade: na primeira vez que o trio tentou gravar Vincebus Eruptum, a mesa de mixagem estourou.

Steppenwolf - Steppenwolf (1968)

Apesar de hoje estar associado a grupos de motocliclistas em suas Harley Davidson´s, os canadenses do Steppenwolf já foram um grupo de muito sucesso, com 23 discos de ouro. O grupo teve início com o nome de Sparrow, tocando blues e em seguida folk, até que o produtor Gabriel Mekler sugeriu que a banda tomasse o rumo do hard rock. Seguindo o caminho apontado por Makler, o Steppenwolf gravou Born To Be Wild, que foi usada como música tema do filme Easy Rider (Sem Destino). Trazia em sua letra a passagem ''Heavy Metal Thunder'', a primeira vez que o termo ''heavy metal'' era usado na música - já havia sido usado na literatura e ''heavy'' era uma gíria usada pelos hippies. Também é considerada por muitos o primeiro heavy metal.

Jeeff Beck - Truth (1968)

Após saírem dos Yardbirds, Jimmy Page e Eric Clapton tiveram uma carreira de sucesso. Com Jeff Beck não foi bem assim, mas sua genialidade sempre esteve presente, o que gerou discos históricos, como é o caso de Truth, onde Beck pôs em prática as experimentações que tinha em mente. O que chama atenção é o super time reunido pelo guitarrista: Rod Stewart (na época, um ilustre desconhecido), Ron Wood (que depois entraria para o Rolling Stones) no baixo e os convidados especiais Jimmy Page e Keith Moon, que tocaram na famosa ''Beck´s Bolero''.
Truth poderia ser rotulado como ''essencial'' uma banda dessas tocando, mas ainda há excelentes momentos sem os convidados, como ''Shapes Of Things'', ''Rock My Plimsoul'' e ''Morning Dew''.

MC5 - Kick Out The Jams (1969)

O MC5 foi descoberto por acaso. A Elektra estava interessada em contratar o Stooges, até que a diretora da gravadora, Danny Fields, assistiu a um show do grupo em Chicago e deu uma chance aos rapazes. O disco de estréia foi gravado ao vivo, o que captou toda a energia destrutiva do MC5 em faixas como ''Come Together'', ''Ramblin´Rose'' e o clássico que dá nome ao álbum, eternizada pela frase que o vocalista Rob Tyner usava para anunciá-la ''Kick out the jams, motherfuckers'', quase como um chamado para a guerra.
Na época, a imprensa musical detonou o álbum. O famoso crítico Lester Bangs disse que era ''ridículo, arrogante e pretencioso''. Hoje, está em listas de ''álbuns definitivos do rock n´roll'' e tem nota máxima no site All Music Guide, onde qualquer usuários avaliam tal disco e o site cria uma média com os votos; ou seja, todos que avaliaram Kick Out The Jams lhe deram nota máxima.

Led Zeppelin - Led Zeppelin (1969)

As maiores influências do Led Zeppelin eram o folk (que seria mais explorado no seu terceiro disco) e o blues, como fica claro em ''You Shook Me'' e ''I Can´t Quit You, Baby'', duas canções do bluesman Willie Dixon. Entretanto, a guitarra afiada, límpida e direta de Jimmy Page, a voz aguda de Robert Plant e os sucessivos ataques de John Bonham e John Paul Jones em faixas como ''Communication Breakdown'', ''Good Times, Bad Times'' e ''Dazed and Confused'' elevaram o Led para referência da música pesada até os dias atuais. Em seu disco de estréia, o que se ouve é apenas uma prévia de uma banda prestes a dominar o mundo e que definiu a música da década seguinte.

Sir Lord Baltimore - Kingdom Come (1970)

O Sir Lord Baltimore teve apenas três discos lançados - sendo um em 2006 com uma reunião do power trio que o formava -, mas o seu debut, Kingdom Come foi, junto com o Vincebus Eruptum, do Blue Cheer, a pedra fundamental do início do metal, e é o disco de estúdio mais pesado nesse top 10. O som do ''Sir Lordão'', como é carinhosamente chamado pelos fãs, conquista pela sua descontração típica do rock da década de 50, como ''Helium Head'' e ''I Got A Woman'' e os riffs alucinógenos, como ''Kingdom Come''.

Mountain - Climbing! (1970)

Considerado por muitos como o melhor disco do Mountain, Climbing! foi a estréia do quarteto americano que contava com duas figuras já conhecidas: o baixista Felix Lappardi, que foi produtor do Cream, e o guitarrista e vocalista Leslie West, que gravou outra pélora do hard pesado no anterior, chamado Leslie West Mountain.
A emocionante "Theme For An Imaginary Western", e as acústicas ''To My Friend'' e ''Laird'' podem fazer as pessoas se perguntarem por qual motivo esse disco é tão aclamado pelos fãs de hard rock setentista, mas os riffs trovejantes de ''Silver Paper'', ''Never In My Life'' e clássica ''Mississipi Queen'', a canção mais famosa do quarteto, fazem jus a recomendação do verso do LP: ''This Record Was Made To Be Played Loud'', em bom português, ''Este disco foi feito para ser tocado alto''.

Black Sabbath - Black Sabbath (1970)

A reação do pai de Ozzy ao ouvir o primeiro LP do Sabbath foi: ''Você tem certeza que só anda fumando cigarro?'', e ainda fez uma corrente com uma cruz de alumínio para cada um dos integrantes da banda. O pai do lendário vocalista não foi o único a se assustar com o som da banda, Ozzy e o baixista Geezer Butler disseram que quando começavam a tocar, as pessoas saim correndo com medo. Eles tinham começado como um grupo de blues, o Mithology, mas mudaram seu estilo após Butler, fã de filmes de terror, ter a ideia de fazer ''música de terror''.
A faixa título, que narra uma ''invasão'' do demônio à terra, se tornou um verdadeiro hino, e a atmosfera tensa e sombria criada pela banda definiu, basicamente, o som do heavy e inventara o doom metal.

Deep Purple - In Rock (1970)

O Deep Purple já havia lançado três discos de estúdio e um ao vivo, todos transitando pelo universo pop e até leves doses de psicodelia. In Rock foi uma total virada de mesa, com a banda a investindo no rock pesado. Faixas como ''Bloodsucker'', ''Hard Lovin´Man'' e ''Flight Of The Rat'' deram ao Purple um lugar no hall das bandas mais barulhentas de sua época, mas com instrumentistas de muita técnica, como mostra ''Child In Time'', um improviso que o tecladista Jon Lord fazia sobre ''Bombay Calling'', da banda psicodélica It´s A Beautiful Day. A impecável interpretação de Ian Gillian em ''Child...'', lhe rendeu o papel de Jesus na primeira versão da ópera-rock Jesus Christh Superstar após os diretores ouvirem uma versão ainda não lançada da canção.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Álbum da semana: Titus Groan - ...Plus

O primeiro e único disco do combo inglês Titus Groan foi lançado originalmente pela Dawn Records em 1970, e com apenas cinco faixas e sendo do cast de um selo pequeno, conseguiu arrancar elogios da impressa musical britânica e ainda criar uma das músicas temas mais famosas da história. O ponto forte do Titus Groan é o instrumental ousado, versátil e agregador de inúmeros gêneros musicais, indo de hard rock até jazz fusion, com uma aura mística acrescentada especialmente pelos instrumentos de sopro - saxofone, flauta e oboé - que lembram, em algumas passagens, grupos como o Jethro Tull e Van der Graaf Generator.

''It Wasn´t For You'' tem um tom mais funk e condução rítmica arrojada, enquanto ''It´s All Up With Us'' é uma sutil balada e a mais ''acessível'' da tracklist. Mas a cereja do bolo é a virtuosa suíte ''Hall Of Bright Carvings'' (título do primeiro capítulo do livro gótico que deu nome a banda), uma virtuosa suíte com pouco mais de dez minutos divididas em quatro partes, onde denotam a habilidade e entrosamento dos músicos e uma excelente combinação dos fraseados da guitarra e os instrumentos de sopro. ''Hall...'' ainda apresentou ao mundo a célebre música tema de Missão em Possível, que pode ser ouvida em volta de seus oito minutos e quarenta segundos.

Em 2000 a gravadora Get Back relançou esse clássico obscurecido em uma versão turbinada com três faixas bônus: ''Open The Door Homer'', com um refrão grudente que ecoa na mente por um longo tempo, ''Liverpool'' onde o baixo e o teclado se sobressaem dos demais, e uma versão ótima versão para ''Open The Door, Homer'', originalmente de Bob Dylan. ...Plus reúne as canções originais mais essas três faixas bônus.


Tracklist:

01.It Wasn´t For You
02. Hall Of Bright Carvings
03. I Can´t Change
04. It´s All Up With Us
05. Fuschia
06. Open The Door, Homer
07. Woman Of The World
08. Liverpool

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Marbin - Breaking The Cycle [Review]

Marbin é uma banda israelense de jazz-rock, formada pelo saxonista Danny Markovitch e o guitarrista Dani Rabin em 2007. Em 2008 os músicos mudaram para Chicago e lá se estabeleceram. Logo Markovitch e Rabin se juntaram ao baterista Paul Wertico e participaram de Impressions Of a City, um álbum de Wertico com sua banda, a Mideast-Midwest Alliance. Breaking The Cycle é o segundo álbum do Marbin, e, além de Paul Wertico, conta também com a participação de Steve Rodby - que já havia trabalhado com Wertico no Pat Metheny Group - além de outros convidados nos vocais e na percussão.

Podemos dizer que o estilo da banda no geral é o fusion, mas cada faixa apresenta suas particularidades e o álbum conta com inúmeros estilos e referências diferentes, como os ecos de Passport e Soft Machine no jazz-rock europeu de Claire’s Indigo e Snufkin, o blues nervoso de Bar Stomp, a melodia árabe de Loopy, e até resquícios da nossa bossa nova em A Serious Man. A sonoridade da guitarra de Dani Rabin - mais agressiva e lembrando muito Terje Rypdal - casa perfeitamente com o sax melodioso de Danny Markovitch, gerando um bom contraste, como podemos ver em Burning Match.

No disco há também baldadas, como Outdoor Revolution e a misteriosa The Old Silhouette, que tem grande performance de Markovitch e é outra canção com uma linguagem diferente, uma batida africana meio rudimentar. Duas faixas apresentam vocais, Mom's Song, uma canção de ninar apenas cantarolada por
Leslie Beukelman e Winds Of Grace - cantada por Daniel White - uma balada folk/medieval que analisando friamente até fica um pouco fora de contexto, mas mostra bem a diversidade do disco e o fecha de forma belíssima, com um agradável solo de sax apoiado por sons da natureza escondido no final da faixa.

Diferente do autointitulado disco de estreia, Breaking The Cycle surpreende por sua variedade musical e pelo experimentalismo, indo da bossa nova até música árabe. Isso mostra um fato interessante, pois Israel teve uma abertura nos últimos anos para conceitos e modos de vida mais ocidentais, não só da Europa, como do mundo. Isso tem refletido na música feita no país, além do Marbin temos exemplos no metal, como as bandas Orphaned Land, Melechesh e Distort, que fazem um som pedominantemente ocidental, mas sem deixar suas raízes médio-orientais. Enfim, disco recomendado a qualquer fã de jazz-rock, ou qualquer um que goste de música.

Nota 10





Tracklist:

1. Loopy
2. A Serious Man
3. Moms Song
4. Bar Stomp
5. Outdoor Revolution
6. Western Sky
7. Burning Match
8. Claires Indigo
9. Snufkin
10. The Old Silhouette
11.Winds of Grace

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terça-feira, 10 de maio de 2011

Álbum da Semana: Hex - Bigelf


Formado na Califórnia por Damon Fox em 1991, o Bigelf é mais uma daquelas bandas que sabem resgatar a sonoridade do bom e velho Rock 'n Roll que tanto gostamos. A banda pega o que grupos como Black Sabbath, Pink Floyd, Deep Purple, King Crimsom e Beatles tem de melhor e misturam tudo com a identidade musical própria.

"Hex" é o terceiro álbum da carreira do quarteto e foi lançado em 2003. O disco é recheado de riffs fortes, Mellotron, Hammond e músicas grudendas com um belo toque de psicodelismo. Pode até não ser uma das coisas mais originais do mundo, mas funciona bem e não soa tão datado quanto pode parecer. A faixa final do disco, $, é uma espécie de take alternativo para o que viria a se tornar o single Money It's Pure Evil, presente no álbum seguinte da banda, "Cheat The Gallows" (2008).

Rock energético tocado da maneira que realmente deve ser tocado. Boa pedida!

DOWNLOAD

Tracklist:
01. Madhatter
02. Bats In The Bulfry II
03. Pain Killers
04. Disappear
05. Rock & Roll Contract
06. Sunshine Suicide
07. Falling Bombs
08. Black Moth
09. Carry The Load
10. Burning Bridges
11. Bats In The Belfry I
12. $

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sábado, 7 de maio de 2011

Symfonia - In Paradisum [Resenha]


Acaba de chegar às lojas brasileiras o álbum de estreia do Symfonia, supergrupo de Power Metal formado por: André Matos, Timo Tolkki, Mikko Härkin, Jari Kainulainen e Uli Kusch. Desde o anúncio da formação da banda, no fim do ano passado, muita expectativa foi gerada na cena metálica, afinal, uma banda com músicos deste calibre e renome juntos não passaria em branco de forma alguma.

"In Paradisum" tem a sonoridade mais do que típica do Metal Melódico, nos remetendo especialmente ao Stratovarius. Um comentário um tanto quanto óbvio se levarmos em consideração que o principal compositor do Stratovarius, Timo Tolkki, faz parte do Symfonia, logo não teríamos como escapar de suas características musicais. Porém, o estilo das composições de Tolkki está muito mais evidente do que o de qualquer outro membro da banda, soa em certos momentos como um álbum de Tolkki. Talvez o resultado fosse mais interessante se o restante da banda tivesse um pouco mais de espaço nas composições.

São composições redondas, acessíveis e bem executadas, porém previsíveis. Aqueles que acompanham o estilo a mais tempo e buscam algo novo e revolucionário não encontrarão muita coisa aqui. Porém, o fato do álbum ser previsível em certos momentos não o torna descartável. Não há como negar que há consistência em "In Paradisum", principalmente após ouvirmos faixas como a emocional Alayna, Santiago e Rhapsody In Black. A produção é bastante cristalina e a performance dos músicos se destaca, apesar de não haver nada realmente interessante nas percussões, até mesmo porque as composições não dão muito espaço para o desenvolvimento das mesmas.

Ainda que traga uma sonoridade que vem se desgastando constantemente desde a explosão do Power Metal na década de 90, "In Paradisum" cumpre seu papel. Não está no nível de comparações com grandes clássicos lançados anteriormente pelos membros do grupo, porém tem de tudo para agradar especialmente os fãs mais saudosistas do estilo.

Nota: 7,0


Tracklist:
01. Fields of Avalon
02. Come by the Hills
03. Santiago
04. Alayna
05. Forevermore
06. Pilgrim Road
07. In Paradisum
08. Rhapsody in Black
09. I Walk in Neon
10. Don't Let Me Go

Top 3: Chico Buarque


Quando se pensa nos grandes nomes da MPB, a figura de Chico Buarque logo surge em nossa mente. Começou a se destacar após vencer o Festival de Música Brasileira em 1966 com a canção A Banda. A partir daí, Chico tornou-se um ídolo pop, tocando em todas as radios incessavelmente.

As músicas dessa fase inicial da carreira de Chico continham mensagens criticas, como Pedro Pedreiro, que falava sobre o conformismo social, mas o conteúdo lírico passava despercebido pelos jovens da época, que durante a ditadura, queriam apenas aliviar a pressão curtindo um pouco de boa música.

Chico poderia ter se acomodado com a fama que batia a sua porta e com o status de menino bonito e comportado; entretanto, resolveu transcender tudo isso, sofisticou seu som e fez com que as suas letras tornassem verdadeiras denúncias, com uma linguagem e ritmo popular. Os três disco dessa lista formam uma pequena fatia da extensa discografia desse mestre da música nacional.

Construção (1971)
Depois de anos levando a fama de moçinho bem-vestido e de rosto bonito, com discos de bons a razoáveis, Chico lançou o seu disco mais famoso. Construção marcou a transição estilística do compositor. Logo nos primeiros minutos de Deus Lhe Pague, já é sentida a diferenca; um clima pesado, carregado e tenso, que capturava a sensação de se viver em um regime militar. A faixa-título tem um impressionante e cativante arranjo, feito pelo produtor/arranjador Rogério Duprat e com vocais de apoio da MPB-4, narra a historia de um operário que trabalha até a morte, e em Samba de Orly, composta em parceria com Toquinho, Chico canta sobre o exílio, o que fez a música ser parcialmente censurada.

Em faixas como Cordão, Olha Maria, Valsinha e Minha História, o clima fica mais leve, e o lirismo e força poética de Chico entram em primeiro plano. O álbum é tão impressionante que está presente no livro 1001 discos para ouvir antes de morrer e foi eleito o terceiro melhor disco nacional em uma lista da revista Rolling Stone.

Meus Caros Amigos (1976)

Meus Caros Amigos foi quase todo escrito para o cinema, com cinco das dez faixas do álbum integrando trilhas sonoras de filmes brasileiros e outra para a peça Lisa, a Mulher Libertadora. O disco traz uma das melhores parcerias de Chico Buarque: O Que Será?(À Flor da Terra), um dueto com o companheiro de gravadora, Milton Nascimento.
Aqui o ''eu-lírico feminino'', uma das principais e mais conhecidas característica de Chico como compositor, fica evidente na melodramática Olhos Nos Olhos, que por sua vez, é o contra-peso perfeito para Meu Caro Amigo, Corrente e Vai Trabalhar, Vagabundo.

Ópera do Malandro (1979)

Desde 1965, quando o escritor Roberto Freire pediu à Chico para musicar o poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, para a peça de mesmo nome, Chico teve grande participação no teatro. Ópera do Malandro foi a sua obra teatral mais célebre, e o LP duplo trazia a trilha sonora dessa peça, que depois também se tornaria filme.
O disco é temperado com inúmeras participações especiais, gerando excelentes momentos, como o samba saudosista Doze Anos, com Moreira da Silva, e Hino de Duran, com A Cor do Som.

O modo como Chico Buarque retrata a sociedade de sua época é digno de aplausos. O Malandro e O Malandro nº 2 destacam o individualismo e narram a vida de um ''malandro'' pela cidade do Rio de Janeiro. Geni e o Zepelim apresenta toda a capacidade narrativa de Chico, e Folhetim, com uma interpretação pessoal e cheia de alma de Nara Leão, tornou-se um verdadeiro clássico.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Video clipe do mês

No ano passado, o Accept lançou o excelente Blood of The Nations, e sem o seu vocalista e original. Agora os olhares dos headbanguers passaram para a banda de Udo Dirkschneider, que em poucas semanas apresenta o seu novo álbum, entitulado Rev Raptor. Enquanto disco não sai, vamos com o clipe da ótima ''Leatherhead''.

Em seguida, o eterno Deep Purple com ''Call Of The Wild'', um dos melhores clipes da banda; lançado em 1987.




quarta-feira, 4 de maio de 2011

Álbum da Semana: Suspicious Package - Earl Greyhound



Earl Greyhound é um power trio nova iorquino, formado em 2003, no Brooklyn, constituído por Matt Whyte (vocal, guitarra), Kamara Thomas (baixo, teclado, vocal) e Ricc Sheridan (bateria). Suspicious Package é o segundo álbum de estúdio da banda e foi lançado em 2010.

A grande influência do blues rock e do hard rock produzidos nas décadas de 70 e 90, presentes em Soft Targets (álbum anterior) continua com a adição de novos elementos trazidos de diversos gêneros, entre eles o folk, o pop, a música latina e a psicodelia. Com essas novas sonoridades, as contribuições de Kamara Thomas e Ricc Sheridan se tornaram mais presentes e destacáveis. Em The Eyes of Cassandra, por exemplo, a introdução feita nos teclados de Kamara e a percurssão de Ricc Sheridan criam uma textura que passeia sutilmente pela bossa nova até terminar explodindo na música psicodélica com as guitarras distorcidas de Matt Whyte. Outras como Shotgun apresentam uma face mais contemporânea: a potente voz de Kamara cria belos arranjos entrelaçando-se ao vocais de Matt e o instrumental pesado, mas envolvente.

Earl Greyhound não faz menção há nada do que anda sendo feito atualmente. Seu som é moderno e original, mas com as bases no velho rock 'n' roll.


Tracklist:


1. The Eyes of Cassandra (Part 1)
2. The Eyes of Cassandra (Part 2)
3. Oye Vaya
4. Ghost and the Witness
5. Shotgun
6. Holy Immortality
7. Sea of Japan
8. Black Sea Vacation
9. Bill Evans
10. Out of Air
11. Misty Morning
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