quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dazed And Confused: Afinal, um dos grandes clássicos do Led Zeppelin é ou não um plágio?

Dazed And Confused é sem dúvidas um dos maiores clássicos do Led Zeppelin, ponto alto das apresentações ao vivo da banda quando Jimmy Page utilizava um arco de violino para tocá-la e uma das mais intimamente associadas ao guitarrista, porém até hoje muitos ainda se perguntam se a música é ou não um plágio da canção de mesmo nome de Jake Holmes.

A história voltou à tona recentemente após Jake Holmes entrar com um processo contra Jimmy Page por violação de direitos autorais.

Muitos ainda desconhecem esta história, então nada melhor do que contarmos ela desde o começo para que cada um possa tirar suas conclusões.


A versão original da música foi composta pelo cantor-compositor folk americano Jake Holmes. Ele lançou Dazed And Confused em seu debut, The Above Ground Sound of Jake Holmes, em 1967 (dois anos antes do Led Zeppelin lançar a música em seu primeiro álbum).

Holmes nunca havia conquistado sucesso e já havia tentado diversas coisas na indústria do entreterimento, incluindo shows de comédia a álbuns conceituais, até formar com mais dois amigos a sua atual banda acústica da época.


Em agosto de 1967 a banda de Holmes abriu o show do Yardbirds (banda de Page na época) em Nova York no Village Theater. Enquanto Dazed And Confused era tocada estavam na lateral do palco Jim McCarty, baterista do Yardbirds, e ao seu lado Jimmy Page, ambos ficaram fascinados com a música, que apesar de acústica possuía todos os sons e atmosferas que seriam aproveitadas na versão dos Yardbirds e Led Zeppelin.

Segundo McCarty, ele e Page compraram um exemplar do álbum de Holmes no dia seguinte só para poderem ouvir Dazed And Confused novamente.


Page e McCarty então fizeram um novo arranjo para a música e Keith Relf alterou levemente a letra, logo a música já era um sucesso nas apresentações ao vivo do Yardbirds. Essa versão de Dazed And Confused nunca foi lançada em um álbum do Yardbirds.

Nunca houve dúvidas na cabeça dos integrantes da banda sobre o autor da música. “Fiquei impressionado com a atmosfera de Dazed And Confused e decidimos fazer uma versão. Trabalhamos nela juntos e Jimmy contribuiu com os riffs de guitarra no meio” lembra McCarty.


Não houve nehuma grande mudança na versão que Page gravaria com o Led Zeppelin em relação à versão dos Yardbirds, com exceção de alguns trechos da letra e do uso do arco de violino na corda mi da guitarra.


Muitos anos depois, em uma entrevista, Holmes voltou a falar sobre a música e disse: “Eu não esperava que fosse especial. Mas foi muito bom, foi o fechamento da nossa apresentação. O público adorou, assim como o Yardbirds, eu acho.”

Ele diz também que só muito tempo depois soube que Page tinha gravado sua própria versão com o Led Zeppelin e assinado como autor. Sobre isso ele disse: “Não dei muita importância. Na época não achava que houvesse uma lei sobre intenção de plágio. Achava que tinha a ver com uma lei antiga que dizia que você precisava ter quatro compassos exatamente da mesma melodia e que, se alguém havia feito um riff ou mudado ligeiramente a letra, você não podia processar. Acontece que eu estava completamente enganado”.


Com o passar dos anos ele disse que tentou fazer algo à respeito, mas nunca conseguiu encontrar um representante legal disposto para pressionar da maneira necessária. “não queria gastar centenas ou milhares de dólares com algo que talvez não desse certo. Não estou morrendo de fome, e tenho muito cartaz com meus filhos porque todos os garotos da escola ficam impressionados quando sabem que fui eu que compus Dazed And Confused. Sou uma espécie de herói”.


Em relação aos direitos autorais, Holmes disse que queria apenas uma parte do crédito:

“Não quero que Page me dê todo o crédito pela música. Ele a pegou e levou para um lado que eu jamais levaria, e fez um grande sucesso. Por isso, por que eu deveria reclamar? Mas podia me dar pelo menos metade do crédito. O fato de Dazed And Confused ser um dos grandes momentos do Led Zeppelin é em parte o problema. [Page] está tão ligado a essa música agora que é como se o seu filho tivesse sido sequestrado com 2 anos e criado por outra mulher. Depois de todos estes anos, o filho é dela. Talvez seja mais difícil arrancar essa música de Jimmy Page do que qualquer outra. E eu tentei, sabe. Escrevi cartas dizendo que não precisava de todo o crédito. Só queria que me desse crédito por tê-la criado. Essa é a parte triste da história. Eu não acho que tenha algo a ver com dinheiro. Ele não precisa. Tem a ver com sua ligação profunda com ela durante todos estes anos.”


Porém não é o que parece atualmente, pois há apenas dois dias atrás (28/06) Jake Holmes entrou com um processo contra Page por violação de direitos autorais (CLIQUE AQUI PARA LER OS DOCUMENTOS). Mesmo se Holmes ganhar o processo ele apenas poderá receber os lucros da música obtidos nos últimos 3 anos, devido a regras do estatuto das limitações.


Confira abaixo as duas versões de Dazed And Confused:






E para você, quem está certo nesta história toda? Você considera ou não a versão de Page de Dazed And Confused um plágio? Acesse o tópico da banda no Forum Metal Is The Law e debata sobre este assunto.


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Fontes Bibliográficas: Led Zeppelin - Quando os Gigantes Caminhavam Sobre a Terra por Mick Wall.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Álbum da Semana : The Battle - Allen/Lande

Rusell Allen (Symphony X) e Jørn Lande (Masterplan, ARK, Jorn, etc...) são sem dúvidas dois dos maiores vocalistas da cena atual no heavy metal, e o álbum The Battle vem para colocá-los lado a lado em excelentes músicas.


O projeto é uma idéia do quase desconhecido músico Magnus Karlsson (Last Tribe, Starbreaker). Foi ele quem compôs todas as músicas e convidou os vocalistas para participarem do disco.


O álbum apresenta doze faixas, três cantadas por Allen (Hunter’s Night, Ask You Anyway e Universe of Light), três por Lande (Reach a Little Longer, My Own Way Home e Where Have The Angels Gone) e as outras seis são cantadas por ambos.

As músicas mesclam desde hard rock oitentista e heavy metal até o metal progressivo com direito a ótimas linhas melódicas, solos de Magnus Karlsson e é claro, os duetos entre Allen e Lande.


O foco do disco é de fato os dois vocalistas, porém diferente do que o título sugere a proposta não é uma batalha para ver quem tem a melhor voz e sim colocar os dois vocalistas juntos em ótimos duetos e alternando as linhas vocais.

Faixas como Another Battle e My Own Way (umas das melhores do disco) apresentam refrões pegajosos que não sairão da cabeça do ouvinte tão facilmente.

As baladas The Forgotten Ones e Reach a Little Longer também merecem serem lembradas, ambas belíssimas.

O álbum mostra o porque os vocalistas são tão respeitados no mundo do heavy metal, Lande se destaca em My Own Way, Reach a Little Longer e Come Alive enquanto Allen se destaca em Hunter’s Night e Universe Of Light (se encaixa perfeitamente com a sua voz).


Apesar da excelente performace de Allen e Lande não podemos deixar de dar todos os créditos do álbum à Karlsson, além de compôr as músicas ainda fez um ótimo trabalho tocando teclado, baixo e guitarra conseguindo misturar muito bem o peso com o melódico e tocar excelentes solos bastante técnicos. Talvez fosse mais correto o projeto se chamar Allen/Lande/Karlsson.


Enfim, The Battle é uma grande pedida para quem está a fim de ouvir heavy metal com um ótimo trabalho instrumental e vocal com refrões pegajosos, além é claro dos fãs de Allen e/ou Lande.

Se você ainda não ouviu o álbum com certeza não irá se arrepender, enquanto para aqueles que já ouviram resta aguardar pelo novo álbum do grupo que será lançado ainda este ano.

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Não deixe de comentar sobre Allen/Lande no tópico da banda.



domingo, 27 de junho de 2010

O Heavy Metal em ritmo de Flamenco


Não, você não leu errado. Agora até mesmo isso, por mais improvável que pareça, já foi inventado. Flametal é a primeira e única banda a misturar o Heavy Metal com o Flamenco.

Quem teve esta idéia foi o músico virtuoso Benjamin Maderas Woods. O músico comprou sua primeira guitarra com a intenção de aprender a tocar Heavy Metal, mas por ironia do destino seu equipamento foi roubado, deixando ele apenas com um violão para praticar. Foi nesse ponto que ele começou a se interessar e a tocar flamenco, porém nunca perdeu a paixão pelo metal, ou como ele mesmo diz: flamenco é sua profissão, heavy metal é seu sangue.
Em 2004 ele montou a primeira formação do Flametal e lançaram o seu primeiro EP que contava com a ilustre participação de Marty Friedman, lendário guitarrista do Megadeth.

Em 2005 lançaram seu primeiro álbum: The Elder. O álbum conta com oito faixas originais, e apesar de desconhecido é muito elogiado por todos que escutam. O mesmo vale para o segundo álbum, Master Of The Aire.
Shows ao vivo incluem uma banda completa de Heavy Metal, algumas letras em espanhol e é claro belas dançarinas de flamenco, tudo isso no ambiente alto, técnico e sombrio da música pesada.

Atualmente a banda se prepara para lançar o disco Heavy Mellow, este contará com clássicos do heavy metal tocados com instrumentos e ritmo da música flamenca. (Confira na playlist no final da matéria alguns covers do novo disco, além de algumas composições próprias da banda).

"Este é um álbum tributo em flamenco para algumas das maiores obras primas do metal. É definitivamente um álbum diferente de outros lançamentos do Flametal e é um trabalho solo que é muito forte para tocar ao vivo. Apesar das músicas serem bastante sombrias, todos compreendem, até sua mãe." Diz Benjamin Woods sobre o novo trabalho.

“Eu tive que utilizar todo o meu conhecimento sobre o flamenco para poder tocar esses clássicos do metal sem perder a integridade, então escolhi músicas com ótimas melodias. Em algumas músicas eu acelerei o compasso, retirei algum verso ou criei uma nova versão para os solos e mudei levemente os arranjos.” Explica Woods. “A música do King Diamond foi um grande desafio, pois tive que tocá-la em um compasso 12/8 em ritmo flamenco, o solo foi divertido, mas uma encrenca para se aprender na guitarra espanhola.”

Flametal é mais uma banda que vem para quebrar barreiras e mostrar que não há limite na música, basta apenas o devido treino e criatividade.
“Minha intenção não é diluir ou roubar o flamenco, mas sim pagar um tributo, e abrir a mente dos outros à sua riqueza, e simultaneamente permanecer fiel às minhas raízes metálicas”. -Benjamin Woods.



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Um Evento Para Entrar Pra História



Ver Anthrax, Slayer, Megadeth ou Metallica ao vivo é algo para se guardar na memória de qualquer fã de Metal. Imagina os quatro reunidos numa mega turnê então! O que parecia impossível devido às velhas desavenças entre os integrantes das bandas, finalmente se tornou realidade.

O "Big Four", como é conhecido o grupo, se apresentará em shows memoráveis, tendo começado por Varsóvia, na Polônia, no dia 16 deste mês e rodará o leste europeu. Mas foi em Sofia, Bulgária, no último dia 22, que ficou marcado por um grande acontecimento: uma jam reunindo os músicos das quatro bandas tocando o grande clássico "Am I Evil?" do Diamond Head! Dave Mustaine, James Hetfield e Joey Belladonna se revezaram no vocal enquanto os outros membros tocavam juntos guitarras, baixos e bateria. Algo que como disse Shawn Drover, baterista do Megadeth, é de se guardar para sempre. Veja abaixo dois vídeos da jam (somente Dave Lombardo está representando o Slayer):



O encontro resultará em um célebre DVD que conterá também o vídeo da jam tocando "Am I Evil?".

As quatro gigantes bandas foram uma das grandes responsáveis pelo amadurecimento e popularização do Thrash Metal, principalmente nos anos 80, época da explosão do estilo. A reunião do Big Four é um marco histórico para o Metal em geral, um evento que movimentará inúmeros países ao redor do mundo, seja com os shows ou no cinema, levará os thrashers europeus a fazer muito "headbanging" e acabará de vez com aquelas briguinhas e discussões chatas, não só entre os músicos mas também entre fãs (é o que esperamos).

Anthrax, Megadeth, Slayer e Metallica já nos presentearam com grandes álbuns clássicos como Spreading Of Disease, Rust In Peace, Reign In Blood e Master Of Puppets respectivamente, canções que marcaram época e continuam agitando shows. Separamos então uma lista que resume em poucas músicas a gloriosa carreira dos gigantes do Thrash.


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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ozzy Osbourne - Scream (Review)

Nota: 8

Após três anos Ozzy Osbourne está de volta com seu mais novo álbum de estúdio, Scream, que chega hoje às lojas brasileiras. O álbum marca a entrada do guitarrista Gus G. (Firewind, ex-Dream Evil) e do baterista Tommy Clufetos (Alice Cooper, Ted Nugent, Rob Zombie) e vem com a proposta de trazer um som renovado em relação aos últimos lançamentos do vocalista.

Scream apresenta uma sonoridade bastante pesada e moderna com fortes riffs de guitarra e solos bastante técnicos, algo que já poderíamos esperar de Gus G. Apesar de todos preverem algo diferente dos últimos álbuns não é o que acontece ao ouvirmos o primeiro riff de Let It Die que possuí um estilo bastante Zakk Wylde (talvez pelo fato de que uma boa parte do álbum já estava escrita antes de Gus G. entrar para a banda), porém a partir do solo já podemos ver mais claramente o estilo de Gus G, o mesmo se repete em boa parte das músicas.

Let Me Hear You Scream é primeiro single do álbum, provavelmente já ouvido por todos, é uma boa música, não chega a ser a melhor, a bateria deixa um pouco a desejar nesta faixa. Mas uma coisa é praticamente certa: essa música funcionará muito bem ao vivo.

Um dos melhores momentos é em Life Won’t Wait com um ótimo trabalho na parte do baixo por Rob Blasko e com violões dando um toque sutil à música que ganha peso no refrão. A faixa seguinte, Diggin’ Me Down, também merece destaque. Esta também possui uma bela introdução com violão que aos poucos começa a ganhar um clima soturno antes de explodir em um pesadíssimo riff de guitarra. O título de melhor música fica com Time com uma bela melodia e bom solo de guitarra.

Soul Sucker, Crucify e I Want It More são boas músicas, não tanto quanto as citadas anteriormente, mas se encaixam bem no contexto geral do disco. A grande falha do disco fica com as músicas Fearless e Latimer’s Mercy, essas duas não animam e não fariam falta de tivessem ficado de fora. O álbum encerra com a curta I Love You All que é uma mensagem de Ozzy para seus fãs.

Apesar de ser um bom disco Scream não inova. Gus G.é um excelente guitarrista, conseguiu compor solos bons e bastante técnicos, mas ainda podemos sentir muito a influência dos outros guitarristas que tocaram com o ‘Madman’, especialmente Zakk Wylde. Isso pode não parecer ruim, mas não traz nada de realmente novo ao som de Ozzy. Se quiserem ver do que Gus G. é realmente capaz recomendo o DVD Live Premonition do Firewind. Se ele estivesse mais envolvido no processo de composição com certeza teria deixado sua marca muito mais em evidência, isso com certeza acontecerá se Ozzy vier a lançar um novo álbum.

Os vocais de Ozzy estão bons, nada que ultrapasse o limite daquilo que ele consegue fazer ao vivo. Rob Blasko fez novamente um bom trabalho, assim como Tommy Clufetos no geral, apesar de deixar um pouco a desejar em algumas músicas.

Scream é mais um bom lançamento para a discografia de Ozzy. O álbum alterna entre ótimas faixas e outras nem tanto e soa como o caminho mais natural a ser tomado após o último álbum, Black Rain. Não espere um álbum clássico como Blizzard Of Oz, Bark At The Moon e No More Tears, Scream é bom, mas dentro daquilo que podemos esperar do Madman atualmente. Por isso o álbum recebe a nota 8, um tanto quanto generosa, afinal não é qualquer um que consegue lançar músicas com o peso e energia que vemos aqui com 61 anos nas costas. O álbum vem recebendo críticas bastante variadas desde seu lançamento no exterior, mas estamos diante do que talvez seja o melhor álbum desde Ozzmosis. Com certeza merece ser ouvido.

  1. "Let It Die" - 6:05
  2. "Let Me Hear You Scream" 3:25
  3. "Soul Sucker" - 4:34
  4. "Life Won't Wait" - 5:06
  5. "Diggin’ Me Down" - 6:03
  6. "Crucify" - 3:29
  7. "Fearless" - 3:41
  8. "Time" - 5:31
  9. "I Want It More" - 5:36
  10. "Latimer’s Mercy" - 4:27
  11. "I Love You All" - 1:04
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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Anos 70: Anarchy In The U.K.

Terceiro capítulo da série Viagem Na História Do Rock

Para ler a primeira parte, clique: Anos 5O: It´s Rock and.....IT ROLL !

Para ler a segunda parte clique: Anos 60: ''Why We Fight For'' ?

É recomendado que se ouça as músicas da plalist abaixo antes, durante ou depois da leitura para que se entenda melhor todos os fatos e que a viagem musical seja completa.


Discos Analisados:

Creedence Clearwater Revival - Cosmo´s Factory(1970)
Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu (1970)
The Beatles - Let It Be (1970)
Black Sabbath - Black Sabbath(1970)
Black Sabbath - Paranoid (1970)
Led Zeppelin - IV (1971)
The Rolling Stones - Sticky Fingers (1971)
Yes - Fragile (1971)
Jethro Tull - Thick As A Brick (1972)
Deep Purple - Machine Head (1972)
David Bowie - The Rise And Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars (1972)
Pink Floyd - Dark Side Of The Moon (1973)
Rush - Fly By Night (1975)
Queen - A Night At Opera (1975)
Kiss - Destroyer (1976)
Ramones - Ramones (1976)
Sex Pistols - Nevermind The Bullocks(1977)
The Clash - London Calling (1979)
Van Halen - Van Halen (1978)
Police - Reggatta De Blanc (1979)

Começo dos anos 70; definindo em uma só palavra: FIM. Foi no começo dessa movimentada década que ídolos e gênios como Janis Joplin, Jim Morrison e Jimi Hendrix morreram. Também acabavam uma das bandas mais populares da década, os Beatles. Esses por sua vez apareceram com o disco mais triste de sua carreira e que refletia todo o clima da banda que tinha seus componentes cada vez mais afastados.

O Blues Rock que era consumido com certa extravagância foi diminuindo cada vez mais, o Creedence Clearwater Revival que era, essencialmente, uma banda desse estilo, mudou a sua fórmula e começou a fazer um rock mais tradicional, e assim saiu o seu trabalho mais derradeiro: Cosmo´s Factory. Uma das poucas bandas que conseguiram se manter no Blues Rock foi o Crosby, Stills, Nash & Young; que gravou o Déjà Vu após a entrada de Neil Young na banda; com certeza, o melhor álbum do grupo.

Depois de tanta coisa terminando, em 1965, no distrito industrial de Birmingham, ocorreu um acidente, um acidente que iria mudar o som do rock para sempre. Um funcionário de uma fábrica de metais perdeu as pontas dos dedos em uma prensa; o funcionário se chamava Tony Iommi, que por sua vez teve uma perda pessoal muito grande tendo em vista que era um guitarrista a ponto de se tornar profissional. Apesar disso, Tony não desistiu, fez moldes de plástico para o seu dedo e folgou as cordas da guitarra para ficar mais fácil de tocar; consequentemente, o som ficou mais pesado. E assim o Black Sabbath dava a forma ao metal.

Não só a sonoridadem, mas as letras do Sabbath também era extremamente diferentes das demais da época. Um dia a banda estava ensaiando na frente do cinema e viu que as pessoas gostavam de ver filmes de terror. Com essa observação, Tony disse: ''Se as pessoas pagam para se assustarem, porque não fazemos uma música que as assustem ?!'' e assim surgiram canções como Black Sabbath e N.I.B.

Outro aspecto importante no metal, era os riffs. Eles que te colocam na música, e isso era a base de qualquer música de metal. Apoiado a isso surgiram riffs como: Paranoid, Iron Man, Black Sabbath e riffs do Deep Purple, sendo nessa época, Smoke On The Water o mais marcante deles. Smoke On The Water veio ao público no disco Machine Head, obra prima do Purple que trazia clássicos mais que memoráveis da banda, como Highway Star, Lazy e Pictures Of Home.

Ambas bandas tinham um vocalista que deixava sua marca. A voz aguada iria defenir os padrões vocais do estilo alguns anos depois. Ozzy e Gillan

Em 1971, o Led Zeppelin, que já tinha feito sucesso no fim da década passada, lançava o seu mais famoso álbum, aquele que o levaria a condição de lenda do rock, inclusive comercialmente através da clássica faixa com 9 minutos: Stairway To Heaven. O Led pode ser apontado como o principal grupo dos anos 70 e um dos pioneiros do ''rock de estádio'', enchendo estádios com apenas uma apresentação.

Junto com o Led Zeppelin, Rolling Stones sobreviveram aos anos 60, e nos anos 70 lançaram seu trabalho mais importante: Sticky Fingers, recheado de clássicos como Brow Sugar e Wild Horses.

Led Zeppelin também mudou a relação comercial do rock, as bandas lançavam menos discos e faziam mais turnês e shows; principalmente as bandas dos anos 60, como o Who, Stones e o próprio Led.

O progressivo, e sua mistura com o Hard Rock também foram destaque nessa movimentada década. O Rush misturava em seus 2 primeiros álbuns Hard e Progressivo, isso fica claro em músicas como By-Tor and the Snowdog e Rivendell. Outras bandas já consagradas como Yes e Pink Floyd lançavam discos mais maleáveis, que poderiam ser aceitos e vendidos mais facilmente; assim surgiam Fragile (Yes); Dark Side Of The Moon e The Wall (Pink Floyd).

Por outro lado, o Jethro Tull lançava o sua obra mais magnífica de todas; Thick As A Brick. revolucionário, quebrando a barreira de tempo que era imposta pelas tendências comercias seguidas pelas bandas progressivas já citadas.

A obra prima sonora era composta de apenas uma música, divida em duas partes para caber no vinil. A música era um poema criado por um menino fictício, nesse poema, falava dos desafios imposto pelo crescimento e maturidade.

Mais um músico viria a lançar o seu trabalho de maior importância nessa década; David Bowie tinha mostrado suas garras em seu ótimo disco de estréia, Space Oddity, mas o sucesso ainda lhe escorregava pelos dedos. Bowie era fã do Pink Floyd (na época com Syd Barrett) e sempre gostou do Velvet Underground (falamos sobre ele no post passado),um dia, conseguiu se encontrar com o Velvet, e segundo o próprio Bowie, esse dia marcou sua vida.

O encontro com o Velvet foi como um terremoto na cabeça de Bowie, e o que esse terremoto deixou em sua mente, foi o conceitual Ziggy Stardust And The Spiders From Mars.

Bowie que já tinha feito faculdade de teatro e tinha levado elementos de atuação à sua música, ampliou ainda mais essa característica depois de Ziggy, em que Bowie não era mais Bowie; era um alienígena andrógeno e roqueiro, o próprio Ziggy Stardust.

Assim, David Bowie transformou o rock em algo pomposo, glamuroso e teatral. O maior exemplo dessa ''interpretação'' foi o anúncio de seu último show; só que enganou a todo mundo (incluindo os músicos de sua banda de apoio), pois ele se referia à Ziggy, não à ele próprio. Muitas bandas seguiram e vão seguir nos anos 90 esse estilo glam, os principais dos anos 70 foram Roxy Music e T. Rex.

Adicionando o estilo teatral e interativo criado por Bowie, surgiram Kiss e Queen. Cada show era um espetáculo, algumas vezes a música até ficava em segundo plano. Show de pirotecnia, Gene Simmons cuspindo sangue, Paul Stanley soltando fumaça pelo captador da guitarra, e uma multidão delirando. Assim eram os shows do Kiss, a banda mais ''show-business'' da década; provavelmente dá história do rock.

O Queen tinha como base um dos melhores vocalistas da história. Freedie Mercury não só tinha uma voz potente e vigorosa, mas também sabia interagir com o público como nenhum outro. Tomando conhecimento do rock de estádio, o Queen fez duas músicas que se tornaram seu maiores sucessos, canções triunfais, feitas para um show com milhares de pessoas; We Will Rock You e We Are The Champions; essas duas músicas que entraram no álbum News Of The World.

No meio de tanto rock de estádio comercial e de progressivos que viajavam ao limite da imaginação humana, uns adolescentes revoltados redefiniam o rock, faziam um revolução; uma revolução chamada Punk.

Antes de falar da ''tríplice coroa do Punk'', vamos falar de artistas que não eram tão punks, mas que carregavam os fundamentos do estilo consigo. Pra começar, Patti Smith. As letras de Patti eram cortantes, polêmicas, uma das mais marcantes está no começo da música ''G-L-O-R-I-A'', do seu disco clássico, Horses.

''Jesus morreu pelos pecados dos outros não pelos meus Derretendo na maconha de ladrões.''

Patti Smith também marcou na capa de seu disco, ela se vestia como homem e numa postura honrosa, mais um motivo de polêmica para a época.


Eddie And Hot Rods faziam um rock estilo The Who, mas refletiram bem a juventude da época com disco Teenage Depression. Além da capa, mais do que polêmica, a música título do álbum também era, digamos, ''direta''.

''Estou gastando todo o meu dinheiro

E ele está sumindo pelo meu nariz''



Outro que não pode ser esquecido de maneira alguma é o Stooges, que armados com a voz visceral de Iggie Pop lançaram um disco que pode ser considerado o primeiro disco punk da história, o clássico Raw Power; pesado, energético e crítico, base para o punk que vinha a surgir com os Ramones e Sex Pistols no lado europeu.

O punk era algo simples, direto. Músicas curtas, a maioria tinha menos de 2:30 e sem solos e virtuosismo instrumentais. Apesar de ter apenas 3 acordes básicos, os Ramones tocavam extremamente rápido, e assim criavam uma espécie de virtuosismo próprio. As letras falavam das ruas daquela época, que não apresentavam situações muito confortáveis. Os Ramones também lançaram músicas polêmicas para a época, para citar uma, Now I Wanna Sniff Some Glue, que título já diz tudo, não precisa explicar mais nada. Outo clássico que veio a surgir no primeiro disco da banda, é Blitzrieg Bop. Do meu ponto de vista, aquele ''Hey ho, let´s go'' é uma marca do punk, é como se fosse um chamado, mostrando que o punk é feito de ações, não adianta só ficar falando, tem que agir.

Os Sex Pistols foram provavelmeten a banda mais anárquica de todas do movimento punk. Suas performances eram cheias de insultos, cuspidas no chão, caretas, músicos se cortando... letras não eram apenas agressivas, eram agressivas à rainha da inglaterra. Algo como:

Deus salve a rainha
Seu regime fascista
Fez de você um retardado
Bomba-H em potencial

Deus salve a rainha
Ela não é um ser humano
Não há futuro
Nos sonhos da Inglaterra

Essa música ainda foi lançada na semana do jubileu fa rainha inglesa e com a banda tocando a música num barco do lado de fora do parlamento inglês durante a festa da rainha ! ISSO É PUNK RAPÁ !!

As calça Jeans rasgadas dos Ramones e Sex Pistols foi uma idéia original da banda Television. Esse visual foi visto pelo lendário empresário dos Pistols, Malcon Mclaren, e apresentou a banda, que por sua vez o aceitou naturalmente. A banda Television também teve seu momento punk, aliás, uma música bem interessante, outra que refletia bem a juventude da época. A canção era chamada Blank Generation:


''Eu pertenço à Geração Vazia e
eu posso pegar ou largar isso a qualquer hora
Eu pertenço à Geração __________ mas
Eu posso pegar ou largar isso a qualquer hora''

O primeiro disco do Clash chegou como uma bomba na inglaterra, músicas como White Riot e Jeanie Jones sacudiam todos os punks do ''Do It Yourself''. White Riot foi escrita por Joe Strummer depois de um conflito entre negros e policias; o próprio Joe estava nessa acidente, isso torna a música mais ácida e verdadeira, ou seja, PUNK !

Em 1979 o mundo conhecia e aclamava o New Wave, que pode ser considerado um punk mais açucarado e menos rebelde; muitas bandas de punk seguiram esse estilo, isso não aconteceu com o Clash. Nesse ano eles lançaram o que é provavelmente seu melhor disco, London Calling. O disco era menos barulhento, mas eficaz; destaque para Spanish Bombs, London Calling e Hateful.

Da New Wave/Rock alternativo daquela época podemos citar o Pollice, que surgiu ao mundo com os hits Roxanne, Message in a Bottle e Every Breath you Take. Aliado desses poderosos singles e de álbuns como Reggatta De Blanc e Synchronicity, o Police virou mais uma banda de rock de estádio.

Assim como o punk, o new wave foi esgotado pelo tempo, e o que restou era o metal ou o hard rock pesado, como o Van Halen, que se mostrou um dos melhores guitarristas do rock com o seu primeiro disco que continha a instrumental na guitarra Eruption e outros clássicos como Runnin' With the Devil, Ain´t Talk´ About Love e a versão definitiva de You Really Got Me.

Apesar de ter surgido nos anos 70, o metal e rock pesado em geral viriam a explodir na próxima década, então é no próximo post que falamos dele.





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