quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

30 anos sem John Lennon


8 de dezembro de 1980. Cinco tiros são disparados na frente do edifício Dakota, em Nova York. Quatro atingiram John Lennon, e a cena tornou-se um marco na cultura pop. A comoção popular foi enorme, só sendo comparada aos óbitos de Elvis Presley e Michael Jackson.

Lennon era o mais polêmico dos Beatles. Tinha um humor ácido e piadas sarcásticas sempre na ponta da língua. Um dia disse que ''se a juventude continuasse do jeito que estava, os Beatles seriam mais famosos do que Jesus Cristo''! Obviamente, ninguém entendeu a crítica e John foi odiado pelos mais ortodoxos.
Nos Beatles Lennon era o principal letrista e líder do grupo durante a sua primeira fase, a tal ''fase Iê Iê Iê'', ou Yeah Yeah Yeah, se preferirem. A partir do disco Revolver, Paul passou a comandar o Fab Four, mas Lennon não tornou-se obsoleto e compôs obras como A Day In The Life, Stranberry Fields Forever e o hino All You Need Is Love.

Em 1962, John se casou com Cynthia Powell, com quem teve o seu primeiro filho, Julian Lennon, que seguiu o caminho do pai e tornou-se músico, obviamente, sem o mesmo brilhantismo e genialidade. Durante uma viagem de Cynthia, John conheceu a artista plástica Yoko Ono em uma exposição de arte da japonesa que o próprio Lennon teria financiado. John pediu o divórcio e casou-se com Yoko.

Lennon começou a levar sua esposa as gravações dos Beatles, onde o clima já estava pesado, e as brigas aumentara com a presença de uma estranha no ninho. George e Paul não gostavam de Yoko, e a imprensa e os fãs muito menos. Essa tensão teve como cume a separação dos Beatles em 1970, após o meloso e pausterizado (mas nem por isso, ruim) Let It Be. Hoje em dia, muitos culpam Yoko Ono pelo término dos Beatles, e a própria alega ter servido de bode expiatório para algo que iria acontecer em breve.

Durante a carreira solo, John seguiu um lado mais ativista e social, provavelmente, influenciado pela parceira. No seu primeiro disco, Two Virgins, de 1968, em que Lennon e Yoko aparecem nus na capa do disco, cujo lançamento foi negado pela EMI, sendo feito por duas gravadoras independentes e adquirindo o status de peça de colecionar, ainda inédito em alguns países, inclusive o Brasil. Fez vários protestos, como o Bed In. Logo após a sua lua de mel. Ele disse em que quarto e que hotel estariam e que as portas estariam abertas. Obviamente, os repórteres correram para lá, e não viram o que esperavam. O casal não estava fazendo sexo, mas sim protestando, esse foi o Bed In.

John e Yoko no Bed In: ''Fique na cama e deixe o cabelo e barba crescerem''

O primeiro disco após o fim dos Beatles é, para mim, o melhor de sua carreira: Plastic Ono Band, com participações de músicos dos Yardbirds, The Who, Eric Clapton e Alan White, futuro baterista do Yes. o álbum foi produzido pelo lendário Phil Spector, que já tinha produzido o Let It Be.
Depois de Plastic Ono Band, foi lançado Imagine, que colocaria o músico no topo do mundo com a sua música título, um hino da paz, e a ofensa direta a Paul McCartney em Who Do You Sleep?

John e Sean Lennon: ''a fase babá''

John lançou mais um disco por ano durante quatro anos, mas essa sequência foi interrompida pelo nascimento de Julian Lennon, seu segundo filho. Lennon decidiu ficar em casa, cuidando de seu filho, e assim o fez durante cinco longos anos.

O último disco de John

Depois da sua ''fase babá'', Lennon volta aos estúdios e lança Double Fantasy, o seu último disco. Um mês depois, John Lennon sai de seu prédio, dá um autógrafo (este disco autografado é, hoje, um dos discos mais caros do mundo) para seu futuro assasino. John é atencioso e carismático com ele. A noite, o músico retorna, e é baleado por Mark Chapman. Este, por sua vez, era fã de John Lennon. A sua fixação pelo ex-Beatle o fez casar-se com uma japonesa mais velha, assim como Yoko Ono, e assinar, algumas vezes, como John Lennon, ao invés de seu próprio nome.

Chapman pensava que Lennon era hipócrita, cantando músicas como Give Peace A Chance, Power To The People, Imagine e Working Class Hero e morando em um prédio de luxo, como o Dakota. Alegava que Lennon tinha aderido a sociedade de consumo que tanto criticava.

Após os disparos, Chapman não correu. Ficou parado com o revólver e o livro O apanhador no campo de centeio em suas mãos e declarou-se culpado. Mark Chapman foi preso e sentenciado com prisão perpétua. O assasino se diz arrependido, mas que não pediria perdão porque sabia dos danos que causou. Entretanto, em 2000 ele pediu a liberdade, que foi negada. Esse ano, Mark fez seu sexto pedido, mas uma vez, negado.

Pouca gente sabe, mas Mark Chapman adimitiu que também pretendia assasinar o gênio David Bowie. Bowie estava em turnê numa peça teatral, e sabia que na primeira fileira, John e Yoko estariam lá. No dia do espetáculo, as duas cadeiras estavam vazia, além de outra, que descobriram que seria ocupada por Chapman.

O assasinato de John Lennon foi marcante. Hoje, temos uma dúzia de filmes e livros que narram o episódio. Indico o Chapter 27, que fala do assasinato na visão de Mark Chapman.

O museu de John Lennon, no japão fechará suas portas em setembro do mês ano que vem, segundo Yoko Ono. Ela disse que o destino de John é mover-se por todo o mundo. O museu nao deve transformar-se em tumba, do contrário, perderia seu espírito.
''Após dez anos aqui, o espírito de John deve seguir em frente e em busca de um próximo lugar.'' Esperamos assim, que o museu do músico apenas mude de endereço, mas que não seja deletado.

A morte do herói da classe operária destruiu o sonho dos fãs de volta dos Beatles. Mas o interesse no Fab Four continua até hoje. O recente jogo de vídeo game The Beatles Rock Band, em conjunto com os shows de Paul McCartney no Brasil e os relançamentos dos discos de John Lennon mantém vivo o interesse e o gosto popular na banda inglesa, que conquista fãs mais jovens a cada dia.

Não deixe de acessar o fórum Metal Is The Law para debater sobre a vida e a obra de John Lennon!!!

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