sábado, 11 de junho de 2011

Kairos - Sepultura (Resenha)


Tradição, metal na veia, distorção ensurdecedora, ritmos brasileiros. Tudo isso colocado dentro de um caldeirão fervente resultou na bomba chamada Sepultura, bomba essa que resolveu explodir furiosamente nos anos 90. Entretanto, a banda atravessou momentos difíceis depois do seu auge e tenta reviver os bons tempos com seu décimo segundo lançamento de estúdio, Kairos.

Palavra vinda do grego, "Kairos" possui um significado relacionado à tempo (bem representado também na arte da capa), com isso o Sepultura faz uma viagem pela sua própria história e a narra em suas letras, como bem contou o baixista Paulo Jr. Os temas líricos também repreendem os severos críticos anônimos de internet que, segundo eles, têm sido muito injustos em seus julgamentos sobre a banda. O álbum pode então ser, de certa maneira, considerado conceitual como seus dois antecessores A-Lex (baseado em A Laranja Mecânica de Anthony Burgess) e Dante XXI (sobre A Divina Comédia de Dante Alighieri)

Mas e na sonoridade? Há essa retomada do passado? Essa era a principal pergunta que se faziam os fãs. A verdade é que o Sepultura é dividido em três fases: a primeira calcada no death metal sem Andreas Kisser; a segunda, o ápice, com os irmãos Cavalera e Andreas; e a atual, sem os Cavalera e com Andreas, com um metal mais industrial e com toque de hard core. Kairos mantém essa nova pegada, mas com alguns resquícios de temas de Arise e Chaos A.D. Kisser compôs bons solos e riffs bem cadenciados. Derrick Green, apesar de não fazer o gosto de grande parte do público, é competente no vocal.

Porém, ainda há muito o que melhorar. O início é bom com faixas empolgantes como Spectrum, Kairos, Relentless, Dialog e Mask, mas depois começa a cair na repetição e peca um pouco na falta de inspiração. A ausência de uma segunda guitarra faz muita falta no que poderia dar uma consistência maior ao som. E muitas vezes falta também uma pegada mais thrash e impetuosa ao estilo Refuse/Resist.

Pelo andamento das coisas, será muito difícil uma reunião da formação clássica, então é bom os fãs que são a favor do reencontro irem se conformando tentando ver os pontos positivos da atual composição. Esta é a maior banda brasileira de metal da história buscando uma estabilização com um disco que provavelmente dividirá opiniões como os últimos.

Nota: 7,5



Tracklist:

Spectrum
Kairos
Relentless
2011
Just One Fix
Dialog
Mask
1433
Seethe
Born Strong
Embrace The Storm
5772
No One Will Stand
Structure Violence (Azzes)
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2 comentários:

  1. achei muito bom o cd, melhor que o a-lex e nivel parecido com o dante xxi, achei mais thrash esse cd, um dos melhoras com o derrick

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  2. Bem legal esse cd, mask e kairos sao supremamente fodasticas !!!!!!!!!!!!!!

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