Tradição, metal na veia, distorção ensurdecedora, ritmos brasileiros. Tudo isso colocado dentro de um caldeirão fervente resultou na bomba chamada Sepultura, bomba essa que resolveu explodir furiosamente nos anos 90. Entretanto, a banda atravessou momentos difíceis depois do seu auge e tenta reviver os bons tempos com seu décimo segundo lançamento de estúdio, Kairos.
Palavra vinda do grego, "Kairos" possui um significado relacionado à tempo (bem representado também na arte da capa), com isso o Sepultura faz uma viagem pela sua própria história e a narra em suas letras, como bem contou o baixista Paulo Jr. Os temas líricos também repreendem os severos críticos anônimos de internet que, segundo eles, têm sido muito injustos em seus julgamentos sobre a banda. O álbum pode então ser, de certa maneira, considerado conceitual como seus dois antecessores A-Lex (baseado em A Laranja Mecânica de Anthony Burgess) e Dante XXI (sobre A Divina Comédia de Dante Alighieri)
Mas e na sonoridade? Há essa retomada do passado? Essa era a principal pergunta que se faziam os fãs. A verdade é que o Sepultura é dividido em três fases: a primeira calcada no death metal sem Andreas Kisser; a segunda, o ápice, com os irmãos Cavalera e Andreas; e a atual, sem os Cavalera e com Andreas, com um metal mais industrial e com toque de hard core. Kairos mantém essa nova pegada, mas com alguns resquícios de temas de Arise e Chaos A.D. Kisser compôs bons solos e riffs bem cadenciados. Derrick Green, apesar de não fazer o gosto de grande parte do público, é competente no vocal.
Porém, ainda há muito o que melhorar. O início é bom com faixas empolgantes como Spectrum, Kairos, Relentless, Dialog e Mask, mas depois começa a cair na repetição e peca um pouco na falta de inspiração. A ausência de uma segunda guitarra faz muita falta no que poderia dar uma consistência maior ao som. E muitas vezes falta também uma pegada mais thrash e impetuosa ao estilo Refuse/Resist.
Pelo andamento das coisas, será muito difícil uma reunião da formação clássica, então é bom os fãs que são a favor do reencontro irem se conformando tentando ver os pontos positivos da atual composição. Esta é a maior banda brasileira de metal da história buscando uma estabilização com um disco que provavelmente dividirá opiniões como os últimos.
Nota: 7,5
achei muito bom o cd, melhor que o a-lex e nivel parecido com o dante xxi, achei mais thrash esse cd, um dos melhoras com o derrick
ResponderExcluirBem legal esse cd, mask e kairos sao supremamente fodasticas !!!!!!!!!!!!!!
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