Nesta altura do campeonato, com toda a cobertura da grande mídia, você já deve estar sabendo que hoje, dia 13 de julho de 2011 é ''o dia mundial do rock''. Mas poucos dos entusiastas que comemoram essa data prosaica conhecem a sua origem e ''celebram'' sem aprofundamento algum.
Para chegar às origens do dia do rock, é necessário voltar no tempo. Há 26 anos, acontecia o Live Aid, um festival que ocorreria simultaneamente na Filadélfia, nos Estados Unidos e na capital inglesa Londres afim de arrecadar fundos para povos famintos da Etiópia.
O festival foi fundado pelo músico Bob Geldof. Tudo começou quando a carreira da sua banda, The Boomtown Rats, definhou em 1984. Durante aquele período, Geldof viu uma matéria na BBC sobre a fome na Etiópia e prometeu a si mesmo fazer algo para mudar aquilo.
Ele uniu forças com Midge Ure, guitarrista e vocalista da banda Ultravox, e compôs a canção ''Do They Know It´s Christmas?'' e conseguiu o apoio de grandes nomes da música pop britânica, como Paul McCartney, Boy George, James Taylor, Bono Vox, David Bowie, Phill Collins, Sting, que se reuniram sob o nome Band Aid para gravar o single beneficente. A ideia era arrecadar em torno de 70.000 libras, mas o sucesso foi muito além, vendeu milhões e se tornou o single mais vendido da história do Reino Unido. Alguns meses mais tarde, Michael Jackson, Stevie Wonder e Lionel Ritchie beberam da mesma fonte lançando o hit ''We are The World''. Geldof percebeu a influencia do seu trabalho e notou que poderia fazer mais pela sua causa. Então se juntou novamente à Ure para fundar o Live Aid.
O trabalho do promotor Harvey Goldsmith foi essencial para o sucesso do evento. Graças a sua atuação, o festival foi ganhando notoriedade enquanto mais artistas aceitavam participar, o que resultou num dos maiores casts de todos os tempos. Na inglaterra, entre os principais destaques estavam Queen, Led Zeppelin, The Who, David Bowie, U2 e Paul McCartney. No lado americano, brilharam Black Sabbath, Judas Priest, Neil Young, Eric Clapton, Santana + Pat Metheny e Joan Baez, que logo após tocar a sua primeira música, falou ao público: ''Este é o Woodstock de vocês''.
No Wembley Stadium, o público foi de 82 mil pessoas, e no John F. Kennedy Stadium 99 mil. A arrecadação estimada era de um milhão de libras, mas novamente ouve uma surpresa agradável: o valor final reunido ultrapassou as 150 mil libras. Vale destacar que o preço do ingresso era de apenas 25 libras/dólares, como é mostrado no cartaz acima a esquerda.
A imprensa elevou o festival. O jornal britânico Sunday Mirror titulou a matéria do evento com a seguinte frase em letras garrafais: ''DE OUTRO MUNDO''. O Melody Maker estampou uma foto de Bob Geldof em duas edições - uma antes e uma depois do festival -, a segunda acompanhada uma matéria especial com oito páginas que dizia que o Live Aid teria sido o ''maior show da terra'', e a Rolling Stone fez uma edição especial inteiramente dedicada ao festival (foto que abre o post).
Por todo o seu trabalho, Bob Geldof foi indicado ao prêmio Nobel da paz e foi condecorado com o título de Cavaleiro do Império Britânico, já que não podia receber o título de Sir por não ser inglês, e sim irlandês.
Do ponto de vista prático, o dia do rock tem valor apenas comercial. Mas quem descobre as origens e o motivo data, entende a magnitude e a importância do rock no mundo. E isso sim merece ser festejado. Todos os dias.
Grandes momentos do Live Aid - clique para assistir ao vídeo:
Mick Jagger e Tina Turner - State Of Shock e It´s Only Rock n´ Roll
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